Economia

Assessor de Trump renuncia por discordar da tarifa do aço

Gary Cohn renunciou após ter protestado contra a decisão do presidente americano de impor tarifas aduaneiras sobre o aço e o alumínio

"Foi uma honra servir ao meu país e promulgar políticas econômicas pró-crescimento em benefício do povo americano", disse Cohn (Joshua Roberts/Reuters)

"Foi uma honra servir ao meu país e promulgar políticas econômicas pró-crescimento em benefício do povo americano", disse Cohn (Joshua Roberts/Reuters)

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AFP

Publicado em 7 de março de 2018 às 09h24.

O principal assessor econômico de Donald Trump, Gary Cohn, renunciou nesta terça-feira (6), após ter protestado contra a decisão do presidente americano de impor tarifas aduaneiras sobre o aço e o alumínio.

"Foi uma honra servir ao meu país e promulgar políticas econômicas pró-crescimento em benefício do povo americano", disse Cohn em um comunicado lacônico.

Cohn, que dirigia o influente Conselho Econômico Nacional (NEC), se une a uma longa lista de colaboradores de Trump que abandonaram a Casa Branca nos últimos meses.

"Gary foi meu assessor econômico e fez um trabalho extraordinário para estabelecer nosso programa, ajudando a conquistar uma reforma fiscal histórica e a liberar novamente a economia americana", declarou Trump, sem mencionar suas divergências sobre o protecionismo.

"É um talento raro e quero lhe agradecer por seu dedicado serviço ao povo americano".

O presidente americano anunciou na semana passada sua intenção de taxar as importações de aço e alumínio em 25% e 10%, respectivamente, o que provocou reações em todo o planeta.

"Durante várias semanas, Gary discutiu com o presidente sobre a aproximação do momento de sua demissão", revelou um funcionário da Casa Branca.

A renúncia do ex-executivo da Goldman Sachs gera preocupação nos corredores de Wall Street e deve agitar a sessão na Bolsa americana.

O judeu Cohn, 57 anos, já havia manifestado suas divergências com Trump. Em agosto de 2017, criticou o presidente por sua posição ambígua diante da violência neonazista em Charlottesville (Virgínia).

Na ocasião, aliados do governo trataram de manter Cohn no barco aventando a perspectiva de que pudesse ocupar um cargo no gabinete.

Cohn contribuiu no final do ano passado para que a reforma fiscal promovida por Trump fosse aprovada pelo Congresso.

Durante muito tempo, Cohn foi visto pelos democratas como uma influência moderadora ao nacionalismo econômico de Trump e de outros assessores do presidente, como Peter Navarro.

 

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