Carros: as desonerações da Cide sobre os combustíveis, do IPI incidente sobre os automóveis e do IOF para pessoa física implicaram, juntas, na perda de R$ 1,6 bilhão (Getty Images/ Joe Raedle)
Da Redação
Publicado em 26 de outubro de 2012 às 12h35.
Brasília - A arrecadação federal deve encerrar o ano de 2012 com crescimento real de 1,5%, disse hoje (26) o secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto. Apesar de a previsão oficial da Receita ser de alta entre 1,5% e 2%, Barreto sinalizou que o aumento não chegará aos 2%. O secretário deu as declarações durante coletiva de imprensa para comentar a arrecadação do mês de setembro, que ficou em R$ 78,2 bilhões, com queda real de 1,08% frente ao mesmo mês de 2011.
“À medida que vai se aproximando o final do ano, a gente vai tendo mais segurança em relação a esses números. Já estamos considerando o que está acontecendo no mês de outubro. A essa altura, nós estamos falando [de um aumento real] de 1,5%”, disse Barreto. Ele ressaltou que o número oficial só será divulgado no decreto de revisão da estimativa da Receita, a ser divulgado em 20 de novembro.
As desonerações tributárias concedidas pelo governo tiveram impacto na arrecadação de setembro. Segundo a Receita Federal, a desoneração da folha de pagamento implicou em R$ 600 milhões arrecadados a menos no mês passado, ante setembro de 2011.
Já as desonerações da Contribuição da Intervenção de Domínio Econômico (Cide) sobre os combustíveis, do Imposto sobre Produto Industrializados (IPI) incidente sobre os automóveis e do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para pessoa física implicaram, juntas, na perda de R$ 1,6 bilhão na arrecadação de setembro deste ano na comparação com o mês de 2011.
A desaceleração da economia também impactou na arrecadação. A Receita apontou a perda de lucratividade das empresas como responsável pela piora no desempenho da arrecadação do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) em 2012, na comparação com 2011. O órgão destacou que a produção industrial medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vem caindo. Em setembro de 2012, recuou 1,95% na comparação com o mesmo mês de 2012. De janeiro a setembro, a queda foi 3,02% na comparação com igual período do ano passado.
Carlos Alberto Barreto admitiu que o desempenho da arrecadação de setembro ficou abaixo do esperado pela Receita, que havia chegado a prever alta no resultado para o mês passado. No entanto, Barreto disse que o órgão ainda espera uma retomada na atividade econômica e consequente melhora do resultado.