Exame Logo

Argentina reclama em carta de barreiras comerciais

Ministra da Indústria criticou a decisão brasileira de mudar a licença para as importações de carros argentinos

Debora Giorgi, ministra da Indústria da Argentina, enviou carta de reclamação ao Brasil (AGÊNCIA BRASIL)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2011 às 13h04.

Buenos Aires - A ministra da Indústria argentina, Débora Giorgi, enviou nesta sexta-feira uma dura carta a seu colega brasileiro, Fernando Pimentel, na qual defende as medidas de proteção comercial adotadas pela Argentina e acusa o Brasil de impor múltiplas barreiras às exportações do país vizinho.

A carta, cujo conteúdo foi divulgado pelo Ministério da Indústria argentino, foi enviada um dia depois de o Brasil impor o regime de licenças não automáticas à importação de veículos, um dos principais produtos que a Argentina exporta para seu primeiro parceiro comercial.

Em Buenos Aires, essa medida foi interpretada como represália às denúncias brasileiras de que alguns produtos, principalmente alimentos, submetidos também ao regime de licenças não automáticas, que demoram para ingressar no mercado argentino.

"Gostaria de ter feito essas considerações por telefone ou até mesmo pessoalmente. Infelizmente, quando tentei ligar ontem (quinta-feira), fui informada que o senhor estava reunido com o embaixador dos EUA e, certamente, as múltiplas ocupações que temos nós ministros o impediram, depois, de retornar a minha ligação", afirma Giorgi em sua carta a Pimentel.

A ministra diz que recebeu uma nota na quinta-feira do ministro brasileiro, na qual ele expressou sua preocupação pelas medidas adotadas pela Argentina e o impacto que podem ter nas exportações brasileiras.

Segundo a ministra, no primeiro trimestre do ano as importações do Brasil cresceram 33%, para os US$ 4,7 bilhões, enquanto neste período a balança comercial foi deficitária para a Argentina em US$ 730 milhões.

Os dados preliminares para o primeiro quadrimestre indicam déficit para a Argentina de US$ 1,2 bilhão, o dobro do registrado em igual período de 2010, com compras ao Brasil no valor de US$ 6,4 bilhões, com saldo anualizado de 33%.

"Entendo então, ministro, que esta informação é contundente sobre a inexistência de um impacto negativo sobre as exportações do Brasil à Argentina, sem que por isso deixe de reconhecer que pudessem existir exigências pontuais em alguns produtos", assinalou Giorgi.

A ministra pediu a Pimentel que comprove se as queixas do setor privado brasileiro são "justificadas". Giorgi lembrou que desde 2003 a Argentina manifestou sua preocupação "pelo persistente e crescente déficit" em seu comércio com o Brasil, em particular nos negócios de produtos industriais, assim como a necessidade de adotar medidas para "atender os desequilíbrios estruturais que o explicam".

Se me queixo "das fortes assimetrias existentes em matéria de incentivos, financiamento e medidas para-tarifárias" aplicadas pelo Brasil e "os variados problemas que têm os produtos argentinos para chegar" a esse mercado.

"Respeito vários destes problemas, o senhor pessoalmente se comprometeu diante de mim de abordá-los em breve e, no entanto, até agora nenhuma de nossas exigências foram atendidas", lamentou.

Neste sentido, citou como exemplos os problemas para a exportação ao Brasil de azeite de oliva, vinho, mosto, leite em pó, baixela de vidro, produtos agroquímicos, veterinários, remédios, eletrodomésticos e cítricos, entre outros.

A extensa carta quantifica em US$ 7 bilhões o prejuízo que algumas das "barreiras", que detalha Giorgi, causam às empresas argentinas.

Veja também

Buenos Aires - A ministra da Indústria argentina, Débora Giorgi, enviou nesta sexta-feira uma dura carta a seu colega brasileiro, Fernando Pimentel, na qual defende as medidas de proteção comercial adotadas pela Argentina e acusa o Brasil de impor múltiplas barreiras às exportações do país vizinho.

A carta, cujo conteúdo foi divulgado pelo Ministério da Indústria argentino, foi enviada um dia depois de o Brasil impor o regime de licenças não automáticas à importação de veículos, um dos principais produtos que a Argentina exporta para seu primeiro parceiro comercial.

Em Buenos Aires, essa medida foi interpretada como represália às denúncias brasileiras de que alguns produtos, principalmente alimentos, submetidos também ao regime de licenças não automáticas, que demoram para ingressar no mercado argentino.

"Gostaria de ter feito essas considerações por telefone ou até mesmo pessoalmente. Infelizmente, quando tentei ligar ontem (quinta-feira), fui informada que o senhor estava reunido com o embaixador dos EUA e, certamente, as múltiplas ocupações que temos nós ministros o impediram, depois, de retornar a minha ligação", afirma Giorgi em sua carta a Pimentel.

A ministra diz que recebeu uma nota na quinta-feira do ministro brasileiro, na qual ele expressou sua preocupação pelas medidas adotadas pela Argentina e o impacto que podem ter nas exportações brasileiras.

Segundo a ministra, no primeiro trimestre do ano as importações do Brasil cresceram 33%, para os US$ 4,7 bilhões, enquanto neste período a balança comercial foi deficitária para a Argentina em US$ 730 milhões.

Os dados preliminares para o primeiro quadrimestre indicam déficit para a Argentina de US$ 1,2 bilhão, o dobro do registrado em igual período de 2010, com compras ao Brasil no valor de US$ 6,4 bilhões, com saldo anualizado de 33%.

"Entendo então, ministro, que esta informação é contundente sobre a inexistência de um impacto negativo sobre as exportações do Brasil à Argentina, sem que por isso deixe de reconhecer que pudessem existir exigências pontuais em alguns produtos", assinalou Giorgi.

A ministra pediu a Pimentel que comprove se as queixas do setor privado brasileiro são "justificadas". Giorgi lembrou que desde 2003 a Argentina manifestou sua preocupação "pelo persistente e crescente déficit" em seu comércio com o Brasil, em particular nos negócios de produtos industriais, assim como a necessidade de adotar medidas para "atender os desequilíbrios estruturais que o explicam".

Se me queixo "das fortes assimetrias existentes em matéria de incentivos, financiamento e medidas para-tarifárias" aplicadas pelo Brasil e "os variados problemas que têm os produtos argentinos para chegar" a esse mercado.

"Respeito vários destes problemas, o senhor pessoalmente se comprometeu diante de mim de abordá-los em breve e, no entanto, até agora nenhuma de nossas exigências foram atendidas", lamentou.

Neste sentido, citou como exemplos os problemas para a exportação ao Brasil de azeite de oliva, vinho, mosto, leite em pó, baixela de vidro, produtos agroquímicos, veterinários, remédios, eletrodomésticos e cítricos, entre outros.

A extensa carta quantifica em US$ 7 bilhões o prejuízo que algumas das "barreiras", que detalha Giorgi, causam às empresas argentinas.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaArgentinaComércioComércio exteriorDados de Brasil

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame