Economia

Argentina inicia uso de mecanismo contra lavagem de dinheiro

O governo começou a entregar um certificado de investimento para quem enviava dólares para fora do sistema


	Bandeira da Argentina: no país e nas mãos dos argentinos há cerca de 40 bilhões de dólares fora do sistema, valor que se triplica se forem incluídos os paraísos fiscais.
 (Wikimedia Commons)

Bandeira da Argentina: no país e nas mãos dos argentinos há cerca de 40 bilhões de dólares fora do sistema, valor que se triplica se forem incluídos os paraísos fiscais. (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de julho de 2013 às 17h14.

Buenos Aires - A Argentina começou, nesta segunda-feira, a entregar um certificado de investimento para quem enviava dólares para fora do sistema, um mecanismo que moverá cerca de 5 bilhões de dólares, segundo estimativas oficiais, informou a presidência.

Os interessados receberão em entidades financeiras um bônus denominado Cedin, destinado a estimular o mercado imobiliário, em troca de dólares que estejam fora do circuito legal, no exterior ou nas caixas-fortes dos bancos.

"O Cedin (Certificado de Depósito de Investimento) terá um efeito dinâmico e trará liquidez à economia", disse o presidente da Comissão Nacional de Valores (CNV, reguladora do mercado de capitais), Alejandro Vanoli, no portal oficial.

No país e nas mãos dos argentinos há cerca de 40 bilhões de dólares fora do sistema, valor que se triplica se forem incluídos os paraísos fiscais, segundo o vice-ministro da Economia, Axel Kicillof.

Para efeito de comparação, o Banco Central (BCRA) possui 37,5 bilhões de dólares.

A oposição rejeitou o projeto no Congresso com o argumento de que legitima a evasão de impostos.


"Em troca de dólares, o poupador receberá um Cedin para uma operação com imóveis", disse à rádio El Mundo, Roberto Arévalo, presidente da Câmara Imobiliária.

A Câmara denunciou este ano a paralisia do setor desde que Kirchner implantou, em 2011, um regime de controle cambial que proibiu a venda de dólares para poupança ou negócios com imóveis residenciais.

Esta "armadilha cambial" tenta evitar uma fuga de capitais que atingiu 22 bilhões de dólares em 2011 e que caiu a 4 bilhões em 2012 após as medidas, segundo o BCRA.

A restrição gerou um mercado paralelo de divisas, que os argentinos denominam popularmente 'Blue'.

"O Cedin vai ter no mercado secundário um valor próximo ao 'Blue'. Isso reativará o setor imobiliário", disse à rádio El Mundo o presidente da Câmara Argentina da Construção, Gustavo Weiss.

O anúncio do mecanismo freou o 'Blue' que agora está congelado em 8 pesos depois de superar os 10, enquanto, no mercado oficial, um dólar equivale a 5,39 pesos.

Outro bônus para captação de dólares será lançado em breve para investimentos em energia.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaArgentinaCorrupçãoEscândalosFraudesLavagem de dinheiro

Mais de Economia

Com mais renda, brasileiro planeja gastar 34% a mais nas férias nesse verão

Participação do e-commerce tende a se expandir no longo prazo

Dívida pública federal cresce 1,85% em novembro e chega a R$ 7,2 trilhões

China lidera mercado logístico global pelo nono ano consecutivo