Arcabouço fiscal: relator afirma que texto deve ser votado ainda nesta terça-feira
Apenas o Fundo Constitucional do DF e o Fundeb serão excepcionalizados do texto. Demais emendas do Senado serão rejeitas, disse Cajado
Repórter especial de Macroeconomia
Publicado em 22 de agosto de 2023 às 14h52.
Última atualização em 22 de agosto de 2023 às 16h21.
O relator do novo arcabouço fiscal, Claudio Cajado (PP-BA), afirmou nesta terça-feira, 22, que o texto deve votado pelo plenário da Câmara ainda hoje, por volta das 17h. Segundo ele, ficou decidido, após reunião de líderes, que o Fundo Constitucional do Distrito Federal e o Fundeb serão excepcionalizados das regras fiscais. Entretanto, as demais emendas aprovadas pelo senadores serão rejeitadas pelos deputados.
"Vou apresentar o relatório ainda no dia de hoje, para seguir a votação no plenário da Câmara. O colégio de líderes decidiu que manteremos duas alterações do Senado. O Fundeb e o FDF. Para esses dois fundos ficou consensualizado que mantivéssemos as alterações do Senado", disse Cajado.
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Pelo projeto, os gastos só poderão crescer em até 70% do aumento da receita, dentro do intervalo de 0,6% a 2,5% acima da inflação. Ou seja, as despesas sempre crescerão menos que as receitas, apesar da maior flexibilidade, para evitar um descontrole das contas públicas.
Espaço fiscal extra
O texto aprovado pelo Senado permite a liberação de despesa adicional de R$ 32 bilhões. Segundo Cajado, essa mudança será retirada do texto. Sem a mudança feita pelos senadores, será necessário que o governo consiga a licença para gastar mais no Projeto Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO). Na prática, o governo precisará dessa autorização anualmente.
"A solução está dada, resolvida. Principalmente porque a cada ano o governo tem que mandar a LDO e tem que mandar o Orçamento. Então, essa não é uma matéria do regime fiscal. Portanto, isso está solucionado", disse Cajado. "Ficou consensualizado entre os líderes que, pelo fato de estar na LDO, já estará assegurado. O governo poderá enviar sua proposta orçamentária com essa previsão de despesa condicionada, que nós não queríamos, mas aceitamos pela LDO. E isso resolve pelo lado do governo a preocupação que tinham de enviar o Orçamento com cortes", afirmou o relator.
O limite para as despesas condicionadas, que precisariam do aval dos parlamentares para serem executadas, seria a diferença entre o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do País, acumulado nos 12 meses até junho e o realizado até dezembro deste ano, dado que será conhecido somente ano que vem.
Diante do temor de derrota, o governo enviou ao Congresso uma mensagem modificativa ao PLDO para prever as despesas condicionadas, caso a emenda fosse rejeitada no arcabouço. O PLDO serve de base para a elaboração do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), que precisa chegar ao Congresso até o fim deste mês.
(Com agências)