Economia

Após problemas, Petros volta a avaliar fundos de participação e de crédito

Fundo já reservou recursos para fundo em direitos creditórios estruturado pela Vinci Partners e ancorado pelo BNDES para investir em energias renováveis

Petros: "Em um momento de taxa de juros que não superam as metas atuariais, precisamos estudar todos os tipos de investimento", diz diretor de investimentos (Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas)

Petros: "Em um momento de taxa de juros que não superam as metas atuariais, precisamos estudar todos os tipos de investimento", diz diretor de investimentos (Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de maio de 2018 às 21h45.

O fundo de pensão dos funcionários da Petrobras (Petros) voltou a analisar oportunidades em Fundos de Investimentos em Participações (FIP). Na área de crédito, já comprometeu recursos para o Fundo em Direitos Creditórios (FIDC) estruturado pela Vinci Partners e ancorado pelo BNDES para alocar recursos na área de energias renováveis.

O movimento acontece após a temporada de ajustes na carteira que a fundação foi obrigada a fazer, depois de registrar uma série de prejuízos em investimentos com esse perfil. O exemplo mais conhecido é o FIP Sondas, estruturado para investir na Sete Brasil, empresa criada para construir sondas para a Petrobras, mas que teve a maior parte das encomendas atrasadas e canceladas e terminou com um prejuízo de mais de R$ 20 bilhões.

"Estamos analisando. Em um momento de taxa de juros que não superam as metas atuariais, precisamos estudar todos os tipos de investimento", disse o diretor de investimentos da Petros, Daniel Lima, para quem os problemas enfrentados nos últimos anos são um diferencial para fundação na análise de novos projetos.

Segundo ele, os investimentos com esse perfil devem ser realizados na carteira do plano de contribuição definida, chamado PP2, onde estão os participantes que entraram na Petrobras mais recentemente e que ainda não está maduro. É importante, porém, caminhar para uma regulação para esse tipo de investimento mais próxima da que se pratica no exterior e que não crie nos gestores temor de tomar as decisões do dia-a-dia, que ele chamou de "apagão da caneta".

"É uma coisa mais conceitual (o apagão da caneta), mas existe uma sensação de risco dos profissionais (dos fundos) que é preciso levar em conta na hora de fazer as normas", disse.

Sobre o Plano 1, de benefício definido, onde os participantes mais antigos, já aposentados e próximos da aposentadoria, estão alocados, Lima declarou que os ajustes realizados no ano passado, principalmente a venda da participação na Itausa, foram suficientes para equacionar a situação e permitir que o fundo realize outros desinvestimentos com mais tranquilidade. Entre as participações mais relevantes da Petros hoje estão Vale, Petrobras e BR Food.

"Estamos próximos da política aprovada para o quinquênio. Então, até 2022 estamos próximos do alvo e estamos bastante aderentes à política", afirma.

Questionado sobre um eventual movimento de saída da Vale, Lima disse que não existem ainda definições detalhadas, mas afirmou que o movimento será coordenado com os outros fundos de pensão que compartilham o investimento com a Petros: Previ e Funcef.

Acompanhe tudo sobre:Fundos de investimentoPetros

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor