Economia

Após Fed, Japão sinaliza ciclo de alta de juros locais

Mudança de rumos da equipe econômica japonesa seria marcante na prolongada batalha do Banco do Japão contra a deflação

Sede do Banco do Japão: banco central se diz mais aberto a discutir a ideia de alta nos juros e pode contemplar a elevação da meta já no próximo ano (Creative Commons)

Sede do Banco do Japão: banco central se diz mais aberto a discutir a ideia de alta nos juros e pode contemplar a elevação da meta já no próximo ano (Creative Commons)

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Reuters

Publicado em 15 de dezembro de 2016 às 10h44.

Tóquio - Altas da taxa de juros estão de volta ao radar do banco central do Japão pela primeira vez em uma década, com o ciclo de aperto monetário do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, elevando os rendimentos dos títulos globais.

Com a inflação persistentemente longe de seu objetivo de 2 por cento e tendo acabado de reformular sua estrutura de política monetária, o Banco do Japão não tem pressa para elevar sua meta de rendimento dos títulos de 10 anos, vendo qualquer conversa sobre tal movimento como hipotética, sendo essa uma opção mais a longo prazo.

Mas o banco central está mais aberto a discutir a ideia e pode contemplar a elevação da meta já no próximo ano --se as taxas de longo prazo continuarem a subir, refletindo melhorias claras na economia, dizem pessoas familiarizadas com o pensamento do banco.

"O foco do Banco do Japão no próximo ano pode não ser sobre afrouxar mais, mas sobre talvez elevar a meta de rendimento", disse uma dessas pessoas, acrescentando que uma pequena alta no próximo ano não pode ser descartada.

"Há uma possibilidade de que o Banco do Japão possa elevar a meta antes que a inflação atinja os 2 por cento," disse outra pessoa, adicionando, entretanto, que o patamar para isso seria "bastante elevado".

Seria uma mudança marcante na prolongada batalha do Banco do Japão contra a deflação. A última vez que a política monetária foi apertada foi em 2007, quando ele elevou sua meta de taxa de curto prazo para 0,5 por cento, após encerrar um período anterior de compra de ativos.

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