Economia

Aplicação do acordo UE-Mercosul deve levar ao menos 2 anos, diz Malmström

O acordo deve ser aprovado pelos países do bloco e pela Eurocâmara, o que pode levar "dois anos, no mínimo", explicou a comissária europeia

UE: o acordo com o Mercosul foi aprovado depois de 20 anos de negociações (Denis Balibouse/Reuters)

UE: o acordo com o Mercosul foi aprovado depois de 20 anos de negociações (Denis Balibouse/Reuters)

A

AFP

Publicado em 16 de julho de 2019 às 10h29.

A entrada em vigor do acordo concluído entre União Europeia (UE) e os países do Mercosul levará dois anos, no mínimo, afirmou a comissária europeia do Comércio, Cecilia Malmström.

"Dois anos, é realista", afirmou a comissária sueca em uma entrevista à AFP na segunda-feira, antes de explicar que o tratado deve ser traduzido para 23 línguas e passar por uma revisão legal.

Depois, os países do bloco devem aprovar o texto final para sua entrada em vigor provisória e parcial, que também deve receber a aprovação da Eurocâmara, etapas que podem levar "dois anos, no mínimo", explicou Malmström.

Após 20 anos de negociações, UE e Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) concluíram um Acordo de Associação entre os blocos, que inclui capítulos de diálogo político e comercial.

Os capítulos comerciais, que buscam reduzir as tarifas dos dois lados do Atlântico, entrarão em vigor durante a aplicação provisória, à espera da ratificação por todos os países.

Algumas nações europeias, incluindo França, Polônia e Irlanda, já expressaram preocupação com o impacto dos acordos para o setor agrícola do continente. Diversas ONGs também alertaram sobre as consequências para o meio ambiente.

Durante a entrevista, Malmström reconheceu que existem "algumas preocupações em determinados países", mas defende um um "bom acordo" e criticou as pessoas que "divulgam rumores para colocar medo nas pessoas".

"Aqueles que trabalham na agricultura hoje estão preocupados com o futuro. É normal. Mas, na verdade, a agricultura não é sacrificada neste acordo", completou a comissária.

Ao comentar as críticas à política ambiental do Brasil no governo do presidente Jair Bolsonaro, Malmström afirmou que alcançar um acordo com o Mercosul não significa estar de acordo com todas as políticas dos quatro países do bloco.

"O presidente americano (Donald Trump) tenta que outros líderes políticos se unam a ele e saiam do Acordo de Paris sobre o clima. O presidente Bolsonaro escolheu e veio conosco", disse.

O acordo eliminará em até 15 anos 91% das tarifas do Mercosul aos produtos europeus e a UE fará o mesmo com 92% dos produtos do bloco sul-americano em 10 anos.

Acompanhe tudo sobre:MercosulUnião Europeia

Mais de Economia

Câmara conclui votação do primeiro projeto do pacote de corte de gastos; texto vai ao Senado

Cuba anuncia novo regime cambial com 'maior flexibilidade'

Cepal aumenta previsão de crescimento do PIB da América Latina para 2,2% em 2024

Mercado de eletrodomésticos inteligentes na China crescerá 7,8% em 2025