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Apesar dos problemas, avaliação de aeroportos é positiva

Para a Infraero, os investimentos na infra-estrutura aeroportuária estão voltando

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h43.

Em entrevista a EXAME, o presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, afirma que os investimentos necessários à expansão estão crescendo, e que a crise recente nos aeroportos não se deve a causas sob o controle da estatal. Leia os principais trechos:

EXAME - Como a Infraero avalia a situação dos aeroportos brasileiros, considerando todos os aspectos de infra-estrutura?

José Carlos Pereira - Avalio bem, apesar de todas as dificuldades por que passamos, mas que não são devidas a causas operacionais, que são o nosso foco na Infraero. Temos 67 aeroportos sob nossa administração operados sob padrões de excelência que não devem a nenhuma pontuação de qualidade. Quando falo em qualidade, incluo a segurança, o conforto do usuário, o fluxo de atendimento para um mercado que cresce 7% a cada ano, e o atendimento a companhias aéreas, que realizam 800 vôos a cada dia.

EXAME - Qual o investimento que os aeroportos deveriam ter recebido nos últimos anos, e qual foi o investimento realizado pela Infraero?

Pereira - O orçamento de obras da Infraero tem crescimento equilibrado desde 2000. A previsão para 2006 é de 881,9 milhões de reais. No ano passado, os investimentos em obras foram de 695 milhões de reais. Voltemos a 2000. Naquele ano, tivemos apenas 250 milhões para investir em obras. Depois disso, o orçamento foi gradativamente ampliado. Em 2001, subiu para 365 milhões. Caiu em 2002 para 361 milhões. Mas recuperamos a capacidade de investir em 2003 com os 46O milhões disponíveis. Para 2004, foram alocados 474 milhões.

EXAME - O que o senhor acha da posição de alguns analistas que afirmam que os aeroportos deveriam ser privatizados?

Pereira - No Estado de Direito democrático, esta é uma sugestão válida, e deve ser examinada no seu devido tempo pelos foros adequados.

EXAME - Algumas pessoas criticam o modelo dos aeroportos brasileiros dizendo que a Infraero priorizou a criação de espaços para lojas. Porém teria descuidado da operação em si, dificultando a via das companhias aéreas. O que o senhor acha?

Pereira - Se essa premissa fosse verdadeira, estaríamos hoje realizando mais obras de decoração de lojas, como se os aeroportos fossem shoppings, do que propriamente as obras que irão ampliar, melhorar e adaptar a tecnologia dos aeroportos. Para que se tenha uma idéia do nosso esforço atual nesse campo, basta ver a relação das obras em aeroportos, que inclui 12 empreendimentos de porte, e mais algumas obras em etapa de licitação.

EXAME - Quantos aeroportos são operados pela Infraero e quantos não são?

Pereira - São 67 aeroportos sob nossa administração e 2.014 fora de nossa administração, dos quais 714 públicos e 1.299 privados, segundo o Ministério da Defesa.

EXAME - A Infraero dispõe de apenas pouco mais de 2 bilhões de reais e precisa de 7 bilhões para cumprir seu plano de investimento nos próximos anos. O que fazer com a diferença?

Pereira - O caminho dos aportes financeiros está aberto à empresa para que complemente seus recursos, necessários aos investimentos. Temos noção da complexidade que cerca essas operações financeiras, por exemplo, por meio do BNDES, mas estamos seguros de que a credibilidade da Infraero é um esteio que contará a nosso favor em qualquer momento em que precisemos efetivamente desses aportes.

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