Economia

Aneel suspende parte de penalidades que seriam aplicadas à Renova

Com a transferência de controle societário, as penalidades que seriam aplicadas pelo atraso do complexo de eólicas Umburama serão suspensas por 30 dias

A Renova alegou que as punições eram desproporcionais e poderiam atrapalhar o processo de venda da empresa (Andreas Rentz / Staff/Getty Images)

A Renova alegou que as punições eram desproporcionais e poderiam atrapalhar o processo de venda da empresa (Andreas Rentz / Staff/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de outubro de 2017 às 14h26.

Última atualização em 24 de outubro de 2017 às 14h31.

Brasília - A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou o plano de transferência de controle societário do complexo de eólicas Umburama, na Bahia.

Os parques pertenciam à Renova, que não conseguiu iniciar as obras das usinas, leiloadas em 2013 e 2014, por dificuldades financeiras. Parte dos parques deveria ser concluída em 2018, e outra, em 2019. Para reduzir parte das penalidades, a Renova decidiu vender o complexo para a franco-belga Engie.

As penalidades que seriam aplicadas à Renova pelo atraso no início da construção do complexo serão suspensas por 30 dias. A empresa terá até 24 de novembro para formalizar o pedido de transferência de controle. Caso isso não seja feito até essa data, o processo de revogação das autorizações será retomado e o contrato de concessão das eólicas poderá ser extinto.

A venda do complexo eólico Umburana é uma forma de a Renova reduzir penalidades. A empresa poderia ter executadas as garantias de fiel cumprimento, correspondente a 5% do valor do projeto, cujo custo é estimado em R$ 1,5 bilhão.

A Renova alegou que as punições eram desproporcionais e poderiam atrapalhar o processo de venda da empresa, controlada pela Cemig, para o grupo canadense Brookfield.

O projeto original da Renova previa 22 parques eólicos, com capacidade instalada de 463,5 megawatts. Na nova proposta apresentada pela Engie, o complexo será reduzido para 18 parques, com capacidade instalada de 360 MW, dos quais 13 voltados ao mercado livre e 5 para o mercado regulado.

Como a empresa vendeu o complexo para a Engie, a Aneel reduziu as penalidades da Renova à aplicação da multa, correspondente a 1% do valor do investimento dos quatro parques que não serão construídos, que, somada, atinge R$ 3,874 milhões. As garantias, que totalizam R$ 19,377 milhões, só serão executadas se as multas não forem pagas.

A Renova também ficará impedida de participar de licitações promovidas pela Aneel por um ano. Essa penalidade poderá ser anulada caso a Renova seja vendida para um novo controlador, mas poderá ficar com a Cemig, atual controladora.

Embora a Engie não tenha apresentado plano com arranjo financeiro, a Aneel considerou que a empresa tem capacidade financeira para construir as usinas. A empresa informou que iria iniciar o projeto com recursos próprios e que financiaria parte dele com empréstimos do BNDES, Banco do Nordeste e emissão de debêntures.

Acompanhe tudo sobre:AneelEnergia eólicaRenova Energia

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor