Economia

Analistas prognosticam política monetária mais estrita

Analistas elevaram previsão da taxa Selic para 2014 de 10,5 por cento na semana passada para 10,75 por cento


	Alexandre Tombini coordena reunião do Copom: BC surpreendeu analistas e elevou a taxa de referência em meio ponto porcentual para 10,5 por cento
 (Elza Fiúza/ABr)

Alexandre Tombini coordena reunião do Copom: BC surpreendeu analistas e elevou a taxa de referência em meio ponto porcentual para 10,5 por cento (Elza Fiúza/ABr)

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Da Redação

Publicado em 20 de janeiro de 2014 às 22h26.

Brasília - Os economistas do Brasil elevaram seus prognósticos para as taxas de juros de referência neste ano enquanto os responsáveis políticos no segundo maior mercado emergente do mundo combatem a maior inflação em mais de uma década.

Os analistas elevaram sua previsão da taxa Selic para 2014 de 10,5 por cento na semana passada para 10,75 por cento e aumentaram os prognósticos de inflação para o ano de 6 por cento para 6,01 por cento, segundo a pesquisa do Banco Central feita em 17 de janeiro e publicada hoje. Os analistas mantiveram suas estimativas de que os custos de referência para tomar empréstimos alcancem 11,5 por cento até o final do ano que vem.

Na semana passada, o Banco Central surpreendeu os analistas consultados pela Bloomberg e elevou a taxa de referência em meio ponto porcentual para 10,5 por cento depois que os preços ao consumidor tiveram o maior aumento em mais de uma década. A inflação encerrou 2013 acima da meta oficial do Banco Central pelo quarto ano consecutivo, enfraquecendo a confiança dos consumidores e das empresas.

Os responsáveis políticos aumentaram os custos de tomar empréstimos em 0,5 ponto porcentual nas suas últimas seis reuniões, após um aumento de 0,25 ponto porcentual em abril. A mediana de estimativas dos analistas consultados pela Bloomberg era de aumento de um quarto de ponto porcentual na semana passada, para 10,25 por cento.

Ultrapassando as estimativas

Em 2013, a inflação anual acelerou para 5,91 por cento frente a 5,84 no ano anterior, ultrapassando as estimativas de todos os analistas consultados pela Bloomberg. Os aumentos mensais de preços aceleraram de 0,54 por cento para 0,92 por cento em novembro, também acima de todos os prognósticos, o maior aumento desde abril de 2003.

O Banco Central do Brasil tem uma meta de inflação anual de 4,5 por cento, para mais ou para menos dois pontos porcentuais. Os analistas consultados na pesquisa do Banco Central aumentaram suas estimativas de inflação para 2015 de 5,5 por cento para 5,6 por cento. A pesquisa mostra a mediana de estimativas de cerca de cem analistas.

Segundo a medição do índice do Banco Central, a economia caiu 0,31 por cento em novembro frente ao mês anterior, porque a produção industrial recuou pela primeira vez desde julho.

Em 20 de dezembro, o Banco Central reduziu sua estimativa de crescimento para 2013 de 2,5 por cento para 2,3 por cento depois que o PIB diminuiu 0,5 por cento no terceiro trimestre por uma queda nos investimentos.

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