Economia

Analistas falam do impacto dos protestos no IED no país

Para Antonio Correa de Lacerda, no curto prazo a onda de protestos poderá impactar negativamente os investimentos estrangeiros no Brasil


	Luis Afonso Lima não acredita que os investimentos deixarão de vir ou devem sair dopaís por causa da onda de manifestações. Ele prevê que o ingresso de investimento estrangeiro no Brasil em 2013 chegará aos US$ 65 bilhões, valor próximo ao de 2012
 (Marcos Santos/usp imagens)

Luis Afonso Lima não acredita que os investimentos deixarão de vir ou devem sair dopaís por causa da onda de manifestações. Ele prevê que o ingresso de investimento estrangeiro no Brasil em 2013 chegará aos US$ 65 bilhões, valor próximo ao de 2012 (Marcos Santos/usp imagens)

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Da Redação

Publicado em 26 de junho de 2013 às 15h29.

São Paulo - A onda de protestos que tomou as ruas das principais cidades do país nos últimos dias pode afetar a entrada de investimentos estrangeiros no Brasil, na opinião do diretor do departamento da indústria e competitividade do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Alexandre Comin.

Ele participa, nesta quarta-feira, 26, de debate de economistas promovido pela Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet), durante o lançamento do World Investment Report 2013, da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad, na sigla em inglês).

De acordo com ele, pesa contra os Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) no Brasil a questão de as empresas não estarem conseguindo aumentar os seus preços, o que, a longo prazo, afeta a rentabilidade sobre os investimentos.

Para o economista e professor da PUC-SP, Antonio Correa de Lacerda, no curto prazo a onda de protestos poderá impactar negativamente os investimentos estrangeiros no Brasil. Ele acredita, no entanto, que no médio prazo, os investimentos deverão voltar.

Já o presidente da Sobeet, Luis Afonso Lima, é mais otimista. Ele não acredita que os investimentos deixarão de vir ou devem sair do país por causa da onda de manifestações. Ele prevê que o ingresso de investimento estrangeiro no Brasil em 2013 chegará aos US$ 65 bilhões, valor próximo ao de 2012. "Manter o volume de IED do ano passado já é muito bom", disse Lima.

Outros economistas presentes no debate, como o professor de MBA da Fipe-USP, Marcelo Allain, disseram que a questão da incerteza quanto aos marcos regulatórios é outro problema que pode afetar a evolução do Investimento Estrangeiro Direto no país. Ele citou também como exemplo de dificuldade a intervenção do governo no sentido de querer fixar taxa de retorno para os investimentos estrangeiros no país.

De 2011 para 2012, o Brasil passou da quinta para a quarta posição no ranking de destinos preferenciais de IED, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, da China e de Hong Kong. No ano passado, os Estados Unidos receberam US$ 167,6 bilhões em IED; a China, US$ 121,1 bilhões; Hong Kong, US$ 74,6 bilhões; e o Brasil, US$ 65,3 bilhões.

De acordo com a Unctad, das 20 principais origens de IED no mundo, 8 não são economias desenvolvidas. Entre os países em desenvolvimento, destaque para a ascensão da China, Coreia do Sul, México, Cingapura e Chile como fontes de IDE. Neste ranking, no entanto, o Brasil não aparece.

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