Amorim espera resposta concreta dos EUA para algodão
Rio de Janeiro - O Brasil ainda aguarda um posicionamento "mais concreto" dos Estados Unidos na disputa comercial envolvendo os subsídios ao algodão norte-americano, a dois dias da implementação de sobretaxas sobre vários produtos do país. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou que, de acordo com o decreto do governo que disciplinou a […]
Da Redação
Publicado em 5 de abril de 2010 às 13h55.
Rio de Janeiro - O Brasil ainda aguarda um posicionamento "mais concreto" dos Estados Unidos na disputa comercial envolvendo os subsídios ao algodão norte-americano, a dois dias da implementação de sobretaxas sobre vários produtos do país.
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou que, de acordo com o decreto do governo que disciplinou a retaliação aos EUA, as sobretaxas a vários produtos norte-americanos passarão a valer na quarta-feira, mas que uma saída negociada, ainda assim, é possível.
"Esperaria uma resposta mais concreta (dos EUA) do que simplesmente pedirem um adiamento", afirmou Amorim a jornalistas após participar de evento no Rio.
"Sobre isso, é possível que haja novidades", acrescentou, indicando que os canais estão abertos para negociações.
"Quarta-feira não é um prazo fixado por nós. É parte de um decreto que entra em vigor. Mas nada impede (que se negocie)."
O ministro lembrou que a disputa sobre a ajuda financeira que os EUA fornecem a seus produtores de algodão já dura sete anos, e praticamente não foram feitas alterações nessa política.
"Até quinta-feira, os Estados Unidos não deram sinal de que podem mudar sua política (de subsídios). Estamos na expectativa de que isso possa ocorrer", afirmou.
A disputa envolvendo o algodão está na pauta de uma reunião de ministros integrantes da Câmara de Comércio Exterior (Camex), nesta segunda-feira.
O ministro disse, que apesar da disputa, os EUA devem voltar a ser o principal parceiro comercial do Brasil em 2010, reassumindo lugar que haviam perdido para a China no ano passado, principalmente devido à crise.
Amorim estima que os Estados Unidos sejam o destino de 13 por cento das exportações brasileiras em 2010, contra 11 ou 12 por cento da China e 10 por cento da Argentina.
"A China deve ficar um pouco abaixo até porque o comércio de manufaturas do Brasil para os EUA, América Latina e Caribe é muito forte, e isso está retomando."