Economia

Alta dívida pública e privada torna Espanha vulnerável, alerta CE

Segundo a Comissão Europeia, a dívida pública não será reduzida mesmo com uma recuperação econômica "robusta"

Euro: para a CE, "uma maior ação política" ajudaria a manter o superávit com o exterior (Anp/Koen Suyk/AFP)

Euro: para a CE, "uma maior ação política" ajudaria a manter o superávit com o exterior (Anp/Koen Suyk/AFP)

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EFE

Publicado em 22 de fevereiro de 2017 às 10h16.

Última atualização em 22 de fevereiro de 2017 às 12h03.

Bruxelas - A Comissão Europeia (CE) advertiu nesta quarta-feira que a alta dívida pública e privada da Espanha continua sendo uma causa de vulnerabilidade para a economia do país, em um contexto de desemprego elevado, e estimou que a dívida pública não será reduzida mesmo com a recuperação econômica "robusta".

"Os grandes desequilíbrios em forma de dívida externa e interna, tanto pública como privada, seguem constituindo vulnerabilidades em um contexto de alto desemprego", afirmou o Órgão Executivo da União Europeia (UE) no comunicado que acompanha seu relatório sobre a economia e reformas na Espanha.

Além disso, Bruxelas avisou que "não está previsto" que a dívida pública comece a cair "mesmo com uma recuperação econômica bastante robusta", pois persistem "déficits altos, embora decrescentes".

A análise profunda feita pelo Executivo comunitário constata que a Espanha segue experimentando desequilíbrios macroeconômicos, apesar da "forte recuperação econômica, que continua dando suporte para o equilíbrio da economia".

Bruxelas destacou que o equilíbrio no setor externo está avançando graças ao superávit em conta corrente que o país registra desde 2013, mas ressaltou que a dívida externa líquida "continua sendo muito alta" e que "levará tempo antes que alcance níveis prudentes".

Quanto à dívida privada, a CE afirmou que também está diminuindo graças ao crescimento e a uma atividade econômica "apoiada por um setor financeiro sadio", mas insistiu quea a mesma ainda deve seguir caindo, especialmente entre as famílias.

Além disso, Bruxelas ressaltou que o desemprego segue "muito alto" apesar da melhora observada nos três últimos anos.

A CE considerou que foram tomadas medidas para "melhorar a competitividade", mas que "uma maior ação política" ajudaria a manter o superávit com o exterior, garantiria uma redução "duradoura" do déficit público e daria base para o crescimento "sustentável".

O Órgão Executivo da UE afirmou que recomendará ao governo espanhol tomar novas medidas neste sentido, já que os relatórios por país que publica hoje para todos os membros da União Europeia, salvo a Grécia, são a base para as recomendações específicas que emitirá previsivelmente em maio.

"Nos últimos 12 meses, muitos países da UE fizeram progressos, embora ainda insuficientes, para abordar os desafios econômicos cruciais", disse em comunicado o comissário europeu de Assuntos Econômicos, Pierre Moscovici.

Moscovici ressaltou que, "com a grande incerteza" em torno da UE, "está claro que estes desafios só serão superados se forem abordados com decisão pelos governos".

O relatório da Comissão Europeia chega pouco antes do início da negociação do orçamento para 2017 na Espanha, e depois que o Executivo comunitário previu que o país descumprirá suas metas de déficit em 2016 e 2017, e que o crescimento será de 2,3%, dois décimos a menos que o estimado pelo governo.

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