Economia

Alemanha desmonta cartel da salsicha com multa de R$ 1 bi

Investigação do órgão antitruste descobriu que 21 fabricantes de salsicha estavam combinando preços para o varejo desde 2003

Comércio de salsichas na Alemanha: cartel combinava preços no varejo (Reiner Kraft/Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

Comércio de salsichas na Alemanha: cartel combinava preços no varejo (Reiner Kraft/Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 16 de julho de 2014 às 13h23.

São Paulo - A Bundeskartellamt, autoridade da Alemanha que regula a concorrência (o equivalente do nosso Cade), anunciou ontem que desmantelou um grande esquema de conluio dos preços de salsicha.

21 fabricantes e 33 indivíduos envolvidos foram multados no valor total de 338 milhões de euros (R$ 1,01 bilhão).

De acordo com o órgão, tudo começou com o recebimento de uma denúncia anônima.

Uma longa investigação acabou reunindo declarações e documentos que provam que os fabricantes tinham um "consenso básico" de que deveriam informar regularmente uns aos outros sobre a demanda por alta de preços.

Por várias décadas, grandes empresas de salsicha do chamado "Grupo Atlântico" se reuniam abertamente para discutir a evolução do mercado. A partir de 2003, no entanto, algumas começaram a implementar aumentos de preços coordenados no comércio de varejo. 

Os acordos eram feitos por telefonemas entre duas ou mais empresas. Como os produtos derivados da salsicha são heterogêneos, faixas de preço eram definidas para cada um.

Andreas Mundt, presidente do Bundeskartellamt, disse que "o total de multas parece alto à primeira vista, mas ele precisa ser visto na perspectiva do grande número de companhias envolvidas, a duração do cartel e os bilhões em faturamento obtidos nesse mercado".

Ele afirma que as multas foram aplicadas de forma proporcional considerando o tamanho de cada empresa e sua participação e lucratividade no esquema. 11 empresas que admitiram as violações e colaboraram com o órgão tiveram multas amenizadas. 

Veja a lista das empresas multadas:

- Bell Deutschland Holding GmbH, Seevetal (previously Abraham/Zimbo, Coop-Gruppe);

- Böklunder Plumrose GmbH & Co. KG, Böklund/Könecke Fleischwarenfabrik GmbH & Co. KG, Bremen (Zur Mühlen-Gruppe, ClemensTönnies-Gruppe);

- Döllinghareico GmbH & Co. KG, Elmshorn;

- Herta GmbH, Herten (Nestlé);

- Franz Wiltmann GmbH & Co. KG, Versmold;

- H. Kemper GmbH & Co. KG, Notrup;

- H. & E. Reinert Holding GmbH & Co. KG, Versmold/ Sickendiek Fleischwarenfabrik GmbH & Co. KG, Neuenkirchen-Vörden;

- Hans Kupfer & Sohn GmbH & Co. KG, Heilsbronn;

- Heidemark Mästerkreis GmbH & Co. KG, Emstek-Höltinghausen;

- Heinrich Nölke GmbH & Co. KG, Versmold;

- Höhenrainer Delikatessen GmbH, Feldkirchen-Westerham;

- Lutz Fleischwaren GmbH, Landsberg am Lech (Vion);

- Marten Vertriebs GmbH & Co. KG, Gütersloh;

- Meica Ammerländische Fleischwarenfabrik Fritz Meinen GmbH & Co. KG, Edewecht;

- Metten Fleischwaren GmbH & Co. KG, Finnentrop;

- Ponnath DIE MEISTERMETZGER GmbH, Kemnath;

- Rudolf und Robert Houdek GmbH, Starnberg;

- Rügenwalder Mühle Carl Müller GmbH & Co. KG; Bad Zwischenahn;

- Westfälische Fleischwarenfabrik Stockmeyer GmbH, Sassenberg (heristo AG);

- Wiesenhof Geflügelwurst GmbH & Co. KG, Rietberg (PHW-Gruppe) and

- Willms Fleisch GmbH, Ruppichteroth.

Acompanhe tudo sobre:AlemanhaAlimentos processadosCartelCorrupçãoEscândalosEuropaFraudesIndústriaIndústrias em geralPaíses ricos

Mais de Economia

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor

Opinião: nem as SAFs escapam da reforma tributária