Além da imigração, Merkel tem novo desafio: a economia
Nesta segunda-feira, a chanceler alemã recebe o primeiro ministro da Bósnia-Herzegovina, Denis Zvizdic, para uma conversa sobre imigração
EXAME Hoje
Publicado em 13 de agosto de 2018 às 06h28.
Última atualização em 13 de agosto de 2018 às 07h31.
Os debates sobre imigração retornam com força na Europa, com destaque para a agenda da chanceler alemã Angela Merkel. Ela recebe o primeiro ministro da Bósnia-Herzegovina, Denis Zvizdic, em Berlim nesta segunda-feira. A agenda dos dois deve girar em torno principalmente do tema de imigração, além de questões econômicas e parcerias comerciais entre os dois países.
A Bósnia está se tornando uma parada para refugiados que tentam entrar na Europa, depois que a maioria das rotas por outras nações está sendo fortemente monitorada. Muitas das rotas foram fechadas depois de uma parceria entre a Europa e a Turquia em 2016. Só este ano, cerca de 9.000 refugiados chegaram à Bósnia, vindo de países como Paquistão, Irã e Afeganistão.
Apesar de ter saído das manchetes nas últimas semanas, o tema da imigração segue quente na Alemanha. Logo após a Copa da Rússia, um dos destaques da seleção alemã, Mesut Özil, anunciou que não defenderia mais o país por ter se considerado vítima de racismo num episódio em que postou para fotos ao lado do presidente turno Recep Erdogan. Özil, descendente de turcos nascido na Alemanha em 1988, expôs como a acolhida dos imigrantes na sociedade alemã continua um tema em aberto mesmo décadas após sua chegada.
Além da imigração, Merkel terá que lidar com um desafio crescente: a economia. Maior e mais competitiva economia da Europa, a Alemanha já viveu melhores fases em termos de indicadores. Na terça-feira será divulgado o PIB preliminar do segundo trimestre do país. É esperada uma alta de 0,4% no período, frente aos 0,3% do primeiro trimestre. A Alemanha cresceu 2,5% no ano passado e analistas estimam uma desaceleração moderada, com o país crescendo 2% este ano.
Uma revisão para baixo no crescimento do PIB do país fez o Fundo Monetário Internaciona (FMI) rever para baixo o crescimento da Europa para 2018: de 2,4% para 2,2%. Para 2019, o FMI prevê crescimento de 1,9% para a Zona do Euro. Ao longo deste e dos próximos trimestres Merkel terá que falar cada vez mais de economia, além de imigração. E isso não é exatamente uma boa notícia.