AL enfrenta desafio de seguir crescendo em meio à crise
O economista equatoriano ressaltou, como parte desse desenvolvimento, além disso, a redução da pobreza na região a partir de 2003 e o aumento da renda per capita
Da Redação
Publicado em 20 de junho de 2012 às 13h37.
Madri - Após uma década de crescimento, a América Latina enfrenta agora o desafio de continuar sendo uma região emergente em um mundo em crise, um desafio para o qual está habilitada, segundo um relatório realizado pelo Escritório do Economista-Chefe do Banco Mundial.
O estudo bienal foi destrinchado nesta quarta-feira na Casa da América de Madri por Augusto de la Torre, responsável pelo departamento latino-americano desse organismo, que destacou o "enorme progresso" que a região viveu nos últimos dez anos".
"A América Latina foi capaz de unir-se aos países emergentes mais dinâmicos, graças a seu crescimento econômico, baseado na exportação de matérias-primas e ao progresso social", afirmou De LaTorre.
O economista equatoriano ressaltou, como parte desse desenvolvimento, além disso, a redução da pobreza na região a partir de 2003 e o aumento da renda per capita, o que levou a que 73 milhões de latino-americanos saíssem da pobreza nos últimos dez anos.
Também ressaltou a queda dos índices de desigualdade e um forte crescimento da classe média, que agora se situa em torno de 30%, contra 20% de anos anteriores.
"A desigualdade está aumentando no mundo, e nesse sentido a América Latina se diferenciou do resto das regiões", disse.
Aos níveis de produção de matérias-primas, o continente somou em seu desenvolvimento, segundo De La Torre, uma importante conexão com o mercado chinês.
"Nesse cenário, em 2007 e 2008, a América Latina pensou que poderia sair da renda média, se o mundo nos ajudasse", especificou.
No entanto - prosseguiu - "frente ao fim da instabilidade e da desigualdade, quando a região concentrava suas energias no crescimento, o mundo se retraiu".
No contexto da crise global, o relatório elaborado pelo Banco Mundial propõe várias hipóteses de crescimento, "levando em conta que o mundo não vai entrar em catástrofe".
Assim, as previsões de desenvolvimento que o estudo traça para a América Latina estão baseadas na certeza de que a Europa e o euro se sustentam, que a China segue crescendo e que os preços das matérias-primas continuam em processo de ascensão ou se mantenham.
"O mundo não vai ajudar e a volatilidade externa vai ser forte. A situação na Europa se transformou no epicentro dessa vulnerabilidade e incerteza global, mas não só é um problema europeu, é do mundo inteiro", explicou De La Torre.
O relatório parte da ideia de que os países que mais se integraram na economia global são também os que estão mais expostos.
"Mas estar exposto não o torna mais vulnerável", disse o economista, que detalhou que existem países como Brasil, México, Chile, Colômbia, Peru e Uruguai que, "apesar da alta exposição, também já possuem capacidade de resposta, o que é encorajador".
Por outro lado, lembrou, países centro-americanos e do Caribe, além de Equador e Venezuela, estão "altamente expostos, mas são vulneráveis, e deveriam melhorar sua capacidade de reação para se tornarem mais resistentes".
Em geral, concluiu De La Torre, o relatório informa que a América Latina enfrenta "grandes nuvens externas", mas "desenvolveu capacidade de defesa e pode seguir progredindo".
Madri - Após uma década de crescimento, a América Latina enfrenta agora o desafio de continuar sendo uma região emergente em um mundo em crise, um desafio para o qual está habilitada, segundo um relatório realizado pelo Escritório do Economista-Chefe do Banco Mundial.
O estudo bienal foi destrinchado nesta quarta-feira na Casa da América de Madri por Augusto de la Torre, responsável pelo departamento latino-americano desse organismo, que destacou o "enorme progresso" que a região viveu nos últimos dez anos".
"A América Latina foi capaz de unir-se aos países emergentes mais dinâmicos, graças a seu crescimento econômico, baseado na exportação de matérias-primas e ao progresso social", afirmou De LaTorre.
O economista equatoriano ressaltou, como parte desse desenvolvimento, além disso, a redução da pobreza na região a partir de 2003 e o aumento da renda per capita, o que levou a que 73 milhões de latino-americanos saíssem da pobreza nos últimos dez anos.
Também ressaltou a queda dos índices de desigualdade e um forte crescimento da classe média, que agora se situa em torno de 30%, contra 20% de anos anteriores.
"A desigualdade está aumentando no mundo, e nesse sentido a América Latina se diferenciou do resto das regiões", disse.
Aos níveis de produção de matérias-primas, o continente somou em seu desenvolvimento, segundo De La Torre, uma importante conexão com o mercado chinês.
"Nesse cenário, em 2007 e 2008, a América Latina pensou que poderia sair da renda média, se o mundo nos ajudasse", especificou.
No entanto - prosseguiu - "frente ao fim da instabilidade e da desigualdade, quando a região concentrava suas energias no crescimento, o mundo se retraiu".
No contexto da crise global, o relatório elaborado pelo Banco Mundial propõe várias hipóteses de crescimento, "levando em conta que o mundo não vai entrar em catástrofe".
Assim, as previsões de desenvolvimento que o estudo traça para a América Latina estão baseadas na certeza de que a Europa e o euro se sustentam, que a China segue crescendo e que os preços das matérias-primas continuam em processo de ascensão ou se mantenham.
"O mundo não vai ajudar e a volatilidade externa vai ser forte. A situação na Europa se transformou no epicentro dessa vulnerabilidade e incerteza global, mas não só é um problema europeu, é do mundo inteiro", explicou De La Torre.
O relatório parte da ideia de que os países que mais se integraram na economia global são também os que estão mais expostos.
"Mas estar exposto não o torna mais vulnerável", disse o economista, que detalhou que existem países como Brasil, México, Chile, Colômbia, Peru e Uruguai que, "apesar da alta exposição, também já possuem capacidade de resposta, o que é encorajador".
Por outro lado, lembrou, países centro-americanos e do Caribe, além de Equador e Venezuela, estão "altamente expostos, mas são vulneráveis, e deveriam melhorar sua capacidade de reação para se tornarem mais resistentes".
Em geral, concluiu De La Torre, o relatório informa que a América Latina enfrenta "grandes nuvens externas", mas "desenvolveu capacidade de defesa e pode seguir progredindo".