Economia

Acordo Mercosul-UE: Mudanças tarifárias para veículos só daqui a 7 anos

Já as autopeças não terão carência no acordo e a maior parte delas deve chegar à taxa zero nos primeiros dez anos de vigência do texto

Veículos: redução tarifária para deve começar a ocorrer entre o sétimo e o oitavo ano, e será zero a partir do 15º ano de vigência do acordo comercial firmado semana passada entre Mercosul e União Europeia (BMW/Divulgação)

Veículos: redução tarifária para deve começar a ocorrer entre o sétimo e o oitavo ano, e será zero a partir do 15º ano de vigência do acordo comercial firmado semana passada entre Mercosul e União Europeia (BMW/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de julho de 2019 às 18h00.

Última atualização em 1 de julho de 2019 às 18h50.

Brasília — O subsecretário de Negociações Internacionais da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Alexandre Lobo, explicou que o acordo entre o Mercosul e a União Europeia (UE) prevê flexibilizações em regras de origem, para permitir que produtos com mais partes estrangeiras possam ser vendidos entre os dois blocos com tarifas reduzidas.

Segundo ele, o acordo prevê uma carência de sete anos para as mudanças tarifárias de veículos. "Até lá, continua a tarifa de 35%. Entre o sétimo e o oitavo ano, ela baixará para 17,5% e será zero a partir do 15º ano de vigência do acordo", completou.

Mas, a partir do primeiro dia do acordo, o Mercosul já poderá importar até 50 mil veículos da União Europeia com taxa menor, sendo 32 mil veículos para o Brasil com taxa de 17,5%. "Essa é a mesma quantidade importada pelo Brasil no ano passado. Então não será uma abertura descontrolada", defendeu Lobo. "Acreditamos que preservamos o setor automotivo nacional ao mesmo tempo em que conseguimos abrir o mercado", avaliou.

Já as autopeças não terão carência no acordo e a maior parte delas deve chegar à taxa zero nos primeiros dez anos de vigência do texto.

Modelo do setor precisa ser reavaliado, diz subsecretário

O governo espera que o acordo do Mercosul com a União Europeia contribua para a modernização do setor automotivo brasileiro, hoje pouco integrado às cadeias internacionais, avalia o Ministério da Economia. "Temos que tornar o Brasil uma plataforma de exportações de automóveis", afirmou o secretário de Comércio Exterior, Lucas Ferraz, destacando que o setor automotivo brasileiro "precisa ser reavaliado". Para Ferraz, o fato de a indústria automotiva ser voltada hoje essencialmente para o mercado doméstico está por trás da baixa escala e do que chamou de atraso do setor.

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