Economia

5 em cada 10 brasileiros adultos não passam do ensino fundamental

Segundo dados do IBGE, em 2016, o número médio de anos de estudo para pessoas acima de 25 anos foi de 8,0 anos

Educação: no Brasil, 51,0% da população de 25 anos ou mais de idade possuía o ensino fundamental completo ou equivalente (Divulgação/Ministério do Desenvolvimento Social/Divulgação)

Educação: no Brasil, 51,0% da população de 25 anos ou mais de idade possuía o ensino fundamental completo ou equivalente (Divulgação/Ministério do Desenvolvimento Social/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de dezembro de 2017 às 10h35.

Rio de Janeiro - Cinco em cada dez brasileiros adultos não frequentaram a escola além do ensino fundamental, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua): Educação, divulgados nesta quinta-feira, 21, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A conta leva em consideração pessoas de 25 anos ou mais de idade, porque já poderiam ter concluído o processo regular de escolarização.

No Brasil, 51,0% da população de 25 anos ou mais de idade possuía o ensino fundamental completo ou equivalente; 26,3% tinham o ensino médio completo ou equivalente; e 15,3%, o superior completo.

Em 2016, o número médio de anos de estudo para essa faixa etária foi de 8,0 anos. No Nordeste, apenas 6,7 anos. Com relação à cor ou raça, mais uma vez a diferença foi considerável, 9,0 anos de estudo para as pessoas brancas e 7,1 anos para as pessoas de cor preta ou parda.

"As pessoas brancas historicamente sempre tiveram mais acesso a educação. A questão do rendimento é muito importante. O rendimento das pessoas brancas é historicamente muito maior, então eles acabam tendo mais oportunidade", justificou Helena Monteiro, analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.

O Plano Nacional de Educação instituído pela Lei n. 13.005, de 2014, estabelece como uma das metas para 2024 que a escolaridade média da população de 18 a 29 anos alcance 12 anos, no mínimo, para alguns grupos mais vulneráveis, entre eles as pessoas pretas ou pardas e a população da Região Nordeste.

Além disso, a meta estipula a igualdade da escolaridade média entre as pessoas pretas ou pardas e as pessoas não pretas ou pardas.

Em 2016, no grupo de 18 a 29 anos, o número médio de anos de estudo foi de 9,4 anos para a Região Nordeste e de 9,6 anos para as pessoas pretas ou pardas.

Por outro lado, entre as pessoas brancas de 18 a 29 anos, a média alcançou 11,0 anos de estudo.

A Região Sudeste apresentou a maior média de escolaridade entre as Grandes Regiões, 10,7 anos. "Os dados refletem muito as diferenças tanto regionais quanto históricas no País", ressaltou Marina Aguas, também analista do IBGE.

Quando o corte etário é ampliado para 25 anos ou mais, as Regiões Norte e Nordeste registraram os maiores porcentuais de pessoas sem nenhuma instrução (14,5% e 19,9%, respectivamente).

As maiores proporções de nível superior completo ocorreram nas Regiões Centro-Oeste (17,4%) e Sudeste (18,6%).

Na Região Nordeste, 52,5% da população não alcançaram o ensino fundamental completo, ao passo que na Região Sudeste 51,1% tinham pelo menos o ensino médio completo.

Considerando a cor ou raça, as diferenças no nível de instrução se mostraram ainda maiores: enquanto 7,3% das pessoas brancas não tinham instrução, 14,7% das pessoas pretas ou pardas estavam nesse grupo.

No nível superior completo, ocorreu o fenômeno oposto: 22,2% das pessoas brancas tinham terminado a graduação, mas entre as pretas ou pardas a proporção era de 8,8%.

Acompanhe tudo sobre:AnalfabetismoEducaçãoIBGEPNAD

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor