4 mapas que resumem a economia global (e nós na contramão)
Crescimento, inflação, demografia e ambiente de negócios: veja como está a situação do mundo em cada um destes indicadores
João Pedro Caleiro
Publicado em 20 de setembro de 2015 às 07h00.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h31.
São Paulo - Crescimento, inflação, demografia e ambiente de negócios. Com apenas estes quatro dados dá para fazer um retrato robusto, ainda que parcial, da situação econômica de qualquer país. É isso que mostram os mapas de um relatório do HSBC concluído no começo do mês e compartilhado com EXAME.com. A situação da economia brasileira não é nada animadora. O país é um dos únicos do mundo efetivamente em recessão e onde a inflação se aproxima dos dois dígitos anuais. No perfil populacional, não podemos contar mais com o bônus demográfico dos últimos anos, mas também não temos nada comparável à situação do leste europeu. O ambiente de negócios teve melhora, mas muito modesta, e segue lá em baixo na comparação mundial. Veja a seguir os 4 mapas que mostram a situação atual da economia global:
O primeiro mapa traz as últimas taxas anualizadas de crescimento do PIB. Em vermelho estão os (poucos) países com crescimento negativo, como Rússia, Venezuela, Grécia e Brasil. Os números da economia brasileira mostraram uma queda do PIB no 2º trimestre de 1,9% em relação ao trimestre anterior e 2,6% em relação ao mesmo período de 2014, deixando evidente a recessão já captada por todos os outros indicadores. Em cinza claro, escuro e preto ficam os países com crescimento acima de 2%. O grupo inclui Estados Unidos, boa parte da Europa e praticamente toda a Oceania, África e Ásia - incluindo a estrela Índia e também a China, mesmo com desaceleração.
No mapa de inflação , importam os extremos. Uma grande parte da América Latina e da África tem inflação anualizada acima de 4% - no caso do Brasil, ela já bateu até agosto o teto da meta para o ano inteiro e está perigosamente próxima dos dois dígitos. Do outro lado, em vermelho ou rosa escuro, estão países com inflação muito baixa ou até deflação - o que também é um risco. Se as pessoas imaginam que os preços não vão subir, elas não tem nenhum incentivo para gastar hoje ao invés de amanhã e o dinheiro fica guardado. Além disso, a dívida não perde valor relativo, um risco em países muito endividados como os europeus e o Japão.
Este mapa mostra a taxa esperada de crescimento anual da população em idade de trabalhar entre 2015 e 2020, algo que vai contar a favor da África. A situação não é ideal mas também não ameaça países como Estados Unidos e Brasil. A Índia é o único dos BRICS que ainda pode contar com o chamado "bônus demográfico"; na China, a política do filho único começa a cobrar seu preço. No Japão e boa partes da Europa, o envelhecimento da população é uma pressão considerável sobre as finanças públicas e o crescimento (e mais imigração é uma solução óbvia). Na Rússia e no leste europeu, a população está em queda e as perspectivas são sombrias.
O útimo mapa toma como base o último relatório Doing Business do Banco Mundial , que mede a facilidade de fazer negócios em cada país. O top 10 está em preto: neste grupo ficam países como Singapura, Estados Unidos e Nova Zelândia. Os últimos 30 estão em vermelho, a maior parte deles na África. O Brasil subiu 3 posições na última edição mas ainda amarga o 120º lugar. Na abertura de uma empresa, o País é o 167º. Em conseguir permissão para construção, é o 174º. Chile e Colômbia são os latino-americanos mais bem posicionados.
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