Complexidade do sistema tributário e a necessidade de mudanças para sua simplificação foram apontados por 37% de empresários (Marcos Santos/Agência USP)
Estadão Conteúdo
Publicado em 27 de agosto de 2018 às 13h34.
Última atualização em 11 de abril de 2019 às 16h03.
A complexidade do sistema tributário e a necessidade de mudanças para sua simplificação foram apontados por 37% de um universo de 822 empresários dos segmentos do comércio e dos serviços numa pesquisa organizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Realizado entre os dias 27 de julho e 10 de agosto, em todas regiões do País, o levantamento teve como objetivo apurar as expectativas dos empresários em relação ao próximo governo.
"O sistema tributário brasileiro é um dos mais complexos do mundo, o que acaba provocando algumas distorções e desigualdades. Por essa razão, os empresários ressaltam a importância de a reforma estar na agenda do novo presidente, principalmente ao proporcionar o crescimento do setor produtivo na geração de empregos e renda", analisa o presidente da CNDL, José César da Costa.
Os empresários avaliam que cinco anos seria um prazo razoável para a concretização das mudanças no sistema tributário, desde de sua reforma até à sua implementação. O propósito da reforma seria cumprido se ao prazo de cinco anos o sistema tributário se tornasse mais simples, transparente e eficiente. Já 36% dos entrevistados desejam um país menos burocrático, que contribua para a atividade empreendedora, enquanto 31% querem políticas públicas que impulsionem o crescimento das empresas.
No geral, de acordo com a pesquisa, os empresários dos setores de varejo e serviços estão otimistas com a economia para 2019, quando o país terá seu novo presidente. Total pesquisado, 54% esperam um cenário econômico melhor para o próximo ano e 71% anseiam que a nova gestão promova mudanças em relação às diretrizes atuais. Entre as prioridades mencionadas para o presidente que assumirá em 1º de janeiro, 52% destacam a redução de impostos e 34% a queda dos juros. Em terceiro lugar, aparece o combate à corrupção, 28% das indicações, seguida da diminuição da burocracia, desejada por 16% dos 822 entrevistados.
Corrupção, saúde pública precária e falta de educação básica são apontados entre os principais problemas a serem resolvidos pela próxima gestão federal. A necessidade de se eliminar a corrupção como forma de levar o País à retomada do crescimento foi apontada por 52% dos empresários. A precariedade da saúde pública é mencionada em segundo lugar, por 36% dos entrevistados e a falta de educação básica aparece em seguida, com 33% das respostas.
Quanto às medidas esperadas para o ambiente empresarial, 87% afirmam que analisarão propostas que preveem estímulo ao desenvolvimento do varejo e serviços. Nessa linha, 93% concordam que o novo presidente deve fortalecer a produção nacional, 79% acreditam que a próxima gestão precisa dar prioridade à distribuição de renda, para aumentar o poder de compra do consumidor e 78% destacam políticas voltadas ao comércio internacional.
Por outro lado, apenas 39% acham que o novo presidente deve intervir menos na economia. "Os empresários estão atentos às propostas, principalmente de candidatos que tenham planos que contemplem mudanças essenciais e benéficas para a economia e o ambiente de negócios. A expectativa é de uma recuperação econômica mais efetiva, com a retomada dos investimentos", comenta Roque Pellizzaro Junior, presidente do SPC Brasil.