Economia

10 painéis imperdíveis de Davos para assistir online

O ministro Joaquim Levy deve participar de pelo menos um debate no Fórum Econômico Mundial; veja este e outras mesas que prometem marcar a edição deste ano

Pessoas aguardam o início de uma sessão do Fórum Econômico Mundial em Davos (Denis Balibouse/Reuters)

Pessoas aguardam o início de uma sessão do Fórum Econômico Mundial em Davos (Denis Balibouse/Reuters)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 20 de janeiro de 2015 às 18h48.

São Paulo - Começa amanhã em Davos, na Suíça, a 45ª edição do Fórum Econômico Mundial.

O evento vai durar quatro dias e reunir chefes de estado, oficiais do governo, executivos, investidores e jornalistas para debater os principais temas da atualidade.

A presidente Dilma Rousseff preferiu prestigiar a posse de Evo Morales e não irá, mas o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, já confirmaram presença.

A Fazenda diz que só vai divulgar a agenda do ministro no encontro nos respectivos dias, mas o site do Fórum já traz sua presença confirmada em um debate no sábado, sobre o panorama da economia global.

Mais de 100 sessões terão transmissão ao vivo pela internet. EXAME.com selecionou as 10 que você não pode perder e explica por que.

1. O Preço da Instabilidade: os mercados estão precificando erroneamente os riscos geopolíticos? #futurefinance

Quando: quarta, 21 de janeiro, 7h30-8h30 (horário de Brasília)

Um dos primeiros painéis importantes da conferência está marcado para 10h30 em Davos, 7h30 no horário de Brasília. Quem estiver disposto a acordar cedo poderá ver um debate moderado por Moisés Naim sobre riscos geopolíticos, tema tratado pelo Fórum em relatório recente.

Participam o economista Nouriel Roubini (que adora falar do assunto), o megainvestidor Paul Singer (um dos pivôs do calote na Argentina), Martin Senn (presidente da seguradora Zurich Insurance Group) e Natalia Ann Jaresko (ministra das Finanças da Ucrânia, país que sabe uma coisa ou outra sobre instabilidade).

2. O Contexto Latino-americano: quais são as questões políticas, econômicas e sociais centrais transformando a região? #globaltrade

Quando: quarta, 21 de janeiro, 13h15-14h15 (horário de Brasília)

O Brasil começa a marcar sua presença em Davos neste painel, que terá a presença de Marcelo Neri, ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, e Roberto Setubal, presidente do Itaú Unibanco e um dos cinco co-presidentes do evento.  

Eles vão discutir reformas estruturais, integração em cadeias de valor e consolidação de ganhos sociais com Mario I. Blejer, vice-presidente do Banco Hipotecário e ex-presidente do Banco Central argentino, Isabel Cecilia Saint Malo de Alvarado, vice-presidente do Panamá, Alicia Bárcena Ibarra, secretária-executiva da Comissão da ONU para a região, e Ildefonso Guajardo Villareal, ministro da Economia do México.

3. O Fim da Democracia? Governos que dissociam liberdades políticas e econômicas podem resistir e prosperar no longo prazo? #endofdemocracy

Quando: quarta, 21 de janeiro, 15h30-17h (horário de Brasília)

O que aconteceu com a democracia e como ela pode ser reanimada? Para responder a essa pergunta, Davos vai reunir gente que viveu na pele o problema, como Ali Tarhouni, líder da Assembleia Constitucional da Líbia pós-Kadafi, e Vitaliy Klitschko, prefeito de Kiev, epicentro da convulsão ucraniana.  

Também participa John W. Hickenlooper, duas vezes prefeito de Denver e atual governador do Colorado, onde luta pelo controle de armas e supervisa a legalização da maconha, que não apoiou nas urnas. A China, cujo futuro democrático é uma incógnita, será representada por Wang Hui, professor da Universidade de Tsinghua.

Completam a lista Angel Gurría, secretário-geral da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), e Ngaire Woods, professora de Governança Global na Universidade Oxford.

4. A agenda dos BRICS: Quais são as prioridades de curto e longo prazo de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul no contexto de sua parceria para investimento e comércio? #globaltrade

Quando: quinta, 22 de janeiro, 11h45-12h45 (horário de Brasília)

Com exceção da China, os BRICS têm decepcionado, o que só torna ainda mais importante saber como os países pretendem superar desafios daqui para a frente. Até porque agora a cooperação é para valer. Esta será a primeira edição do Fórum desde o anúncio do banco dos BRICS. 

Estarão na mesa Justin Lin, professor na China e ex-economista chefe do Banco Mundial, e Carlos Ghosn, presidente da Nissan-Renault e o executivo brasileiro de maior sucesso no exterior.

Também participam Marcelo Neri, ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos do governo, e os ministros da Economia da Índia (Arun Jaitley), Rússia (Alexei Ulyukayev) e África do Sul (Nhlanhla Musa Nene). A mediação será do jornalista Sílio Boccanera, da TV Globo, parceira nesta sessão.

5. Briefing de questão: anti-corrupção #globalcrime

Quando: quinta, 22 de janeiro, 13h-13h30 (horário de Brasília)

O Fórum faz algumas sessões de briefing sobre grandes temas. Na lista deste ano estão temas como inteligência artificial, infraestrutura, desigualdade, pesquisas sobre o cérebro e o panorama da América Latina, este último apresentado pelo economista-chefe do Itaú, Ilan Goldfajn.

Os brasileiros podem se interessar pela sessão sobre a luta internacional contra as várias formas de corrupção, que vai contar com Steve Almond, presidente da Deloitte, Angel Gurría, secretário-geral da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), Elaine Desenski, líder da iniciativa global do Fórum contra corrupção, e Cobus de Swardt, diretor da Transparência Internacional, com mediação de Georg Shmitt, responsável por engajamento público no setor de relações de mídia do Fórum. 

6. O Futuro da Economia Digital: o que é necessário para assegurar uma economia digital vibrante, aberta e segura? #futureweb

Quando: quinta, 22 de janeiro, 14h45-15h45 (horário de Brasília)

A tecnologia é tema de vários debates do Fórum, mas só esse terá a presença de três gigantes do setor: o Google, com seu presidente-executivo, Eric Schmidt, o Facebook, com sua chefe operacional Sheryl Sandberg, e a Microsoft, com seu presidente-executivo, Satya Nadella.

Vittório Colao, presidente do grupo Vodafone, e Jim Hagemann, presidente do Centro de Indústrias Globais do Fórum, também estarão  no debate, mediado por Klaus Schwab, presidente do Fórum.

7. Debate Global da BBC: Um mundo mais rico, mas para quem? #equalgrowth

Quando: sexta, 22 de janeiro, 6h-7h (horário de Brasília)
 
A desigualdade de renda foi eleita o principal risco global no Fórum do ano passado. Na lista deste ano, caiu em importância, mas será tema principal ou secundário de várias mesas.
 
Só essa, no entanto, contará com a presença do prêmio Nobel Robert Shiller, a diretora do FMI Christine Lagarde, o presidente da Alcoa Klaus Kleinfeld, o presidente da WPP Martin Sorrell e o presidente do Banco Central inglês Mark Carney.
 
Também participam Evan Davis, apresentador da BBC, e Winnie Byanyima, que se tornou uma das cinco co-presidentes do Fórum deste ano devido ao seu trabalho à frente da ONG Oxfam, que divulgou dados assustadores sobre desigualdade nesta semana.
 

Quando: sexta, 22 de janeiro, 10h-11h (horário de Brasília)

Tudo indica que o Banco Central Europeu (BCE) deve anunciar nesta quinta-feira um programa de expansão monetária por meio de compras de ativos e títulos de centenas de bilhões, na linha do que fez o Federal Reserve americano no pós-crise.

Será interessante, portanto, ver o que terá a dizer no dia seguinte os ministros da Economia de três países do bloco: Luis de Guindos (Espanha), George Osborne (Reino Unido) e Wolfgang Schäuble (Alemanha), governo que sempre resistiu a esse tipo de atuação pelo BCE.

Completam a lista o presidente do Banco Central da Itália, Ignazio Visco, o megainvestidor George Soros e Geoff Cutmore, âncora da CNBC, parceira nesta sessão. 

9. Panorama da Economia Global: O que deveria estar no topo da agenda da economia global no ano? #globaltrade

Quando: sábado, 24 de janeiro, 11h-12h15 (horário de Brasília)

O Ministério da Fazenda não divulgou a agenda do ministro com antecedência, mas a programação do Fórum já o coloca como um dos confirmados neste debate do sábado junto com dois presidentes de Banco Central: Mark Carney (Inglaterra) e Harohiko Kuroda (Japão), além de Benoît Cœuré, membro da Comissão Executiva do Banco Central Europeu.

O presidente da BlackRock, Laurence Fink, e Zhu Min, um dos diretores do FMI, também estarão na mesa.

10. O Dividendo da Diversidade: Como as organizações podem abraçar a diversidade para gerar inovação e afiar sua vantagem competitiva? #equalgrowth

Quando: sábado, 24 de janeiro, 12h30-13h30 (horário de Brasília)

Esta mesa vai tratar de trajetórias femininas em direção ao poder, "diversidade além das fronteiras" e inclusão LGBT. Esta é a primeira vez na história que o tema entra na programação oficial do Fórum Econômico Mundial, o que só ocorreu graças à pressão de alguns membros poderosos, segundo o The New York Times.

O debate, organizado pela BBC, vai reunir Inga Beale, presidente da empresa de seguros LLoyd's, Anne Marie-Slaughter, presidente da New America Foundation, Guy Ryder, diretor-geral da OIT (Organização Internacional do Trabalho), Linda Yueh, jornalista taiwanesa, e Beth Brooke, vice-presidente de política pública da EY, lésbica assumida que escreveu um post para o Fórum sobre o assunto.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaBanqueirosBilionários brasileirosBricsCarlos GhosnChristine LagardeDavosEconomistasEmpresáriosExecutivos brasileirosFórum Econômico Mundialgeorge-sorosgestao-de-negociosgrandes-investidoresItaúJoaquim LevyMulheres executivasNouriel RoubiniPersonalidadesRobert ShillerRoberto SetubalSheryl SandbergTransparência

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor