Em São Paulo e no Rio de Janeiro, a cobertura será de 46% e 40% (VCG/Getty Images)
Victor Sena
Publicado em 2 de julho de 2019 às 12h51.
Última atualização em 2 de julho de 2019 às 14h36.
Parte da América do Sul e do Oceano Pacífico poderá observar, a partir das 16h48 desta terça-feira (2) um dos fenômenos mais interessantes da astronomia: o eclipse total do Sol. O fenômeno ocorre quando a Lua fica entre a Terra e o Sol, ocultando total ou parcialmente a luz solar em uma faixa terrestre.
No Brasil, o fenômeno poderá ser visto em alguns estados, mas apenas de forma parcial. O Observatório Nacional informa que os lugares com melhor visualização serão Porto Alegre, onde o sol terá 75% de sua área sombreada pela lua, a partir das 16h48.
Em Florianópolis e Curitiba, também haverá uma visibilidade, de 60% e 55%, respectivamente.
Em Campo Grande, a lua encobrirá 46% do sol. Já em São Paulo e no Rio de Janeiro, a cobertura será de 46% e 40%, começando a partir de 17h e 17h03.
Em São Paulo o eclipse começa às 17h, mas atinge o ponto máximo de cobertura de luz solar apenas às 17h29. Para observar o fenômeno, o ideal é procurar um local alto, como um terraço ou sacada, já que o sol está próximo a horizonte. O sol estará entre a direção oeste e noroeste. Por isso, o ideal é procurar uma área com a vista livre para essa direção.
Como o tempo no Brasil costuma ser mais seco nesta época do ano, é provável que a visibilidade esteja adequada. O desafio para quem mora em grandes cidades é encontrar uma horizonte a leste livre de construções.
É recomendado que as pessoas interessadas em assistir ao fenômeno utilizem óculos especiais, próprios para isso.
Para oferecer uma oportunidade de acompanhar o evento astronômico ao vivo, a gigante de computação americana IBM, com a Nasa e com observatórios espaciais do Chile e da Argentina, irá transmitir ao vivo, pela internet, o Grande Eclipse Solar Sul-Americano. A transmissão será viabilizada também por meio de uma parceria com a The Weather Company – que, aliás, é subsidiária da IBM.
Por meio deste site, será possível ver o eclipse solar total, independentemente de qual região o indivíduo estiver. A transmissão terá início às 17h, horário de Brasília, e está prevista para durar cerca de meia hora – tempo total do fenômeno. É possível verificar a hora exata do eclipse e quanto tempo ele durará, a partir de sua região, por meio deste website.
Uma peculiaridade tornará o evento ainda mais interessante e raro, este ano. A sombra projetada na Terra passará pelo observatório La Silla, no Chile – um dos mais importantes do mundo, localizado a uma altitude de 2,5 mil metros, livre da poluição visual produzida pelas luzes das cidades. A expectativa é que as imagens a serem produzidas da coroa solar ajudem a avançar os estudos sobre a atmosfera, ventos solares e forças gravitacionais, entre outros.
É a terceira vez em 50 anos que um eclipse passa por espaços com grades telescópios. Em 1961 ele passou pelo L'Observatoire de Haute-Provence, na França; e em 1991, em Mauna Kea, no Havaí.
“A observação e o registro de eclipses solares ainda hoje são importantes para o estudo da coroa solar, cujas características não são totalmente compreendidas e o comportamento é importante para prever o clima espacial. A ejeção de massa coronal em direção à Terra é um fenômeno que pode danificar nossas redes elétricas, telecomunicações e satélites”, explicou, por meio de nota, o pesquisador Eugênio Reis, do Observatório Nacional Eugênio Reis.
"Apesar de a coroa solar brilhar milhões de vezes menos do que a fotosfera solar, um eclipse total do Sol é uma ótima oportunidade para estudá-la", disse.
O próximo eclipse total do Sol só poderá ser visto em 12 de agosto de 2045 no Nordeste brasileiro.