SP se une a empresa chinesa e prevê vacina da covid-19 no SUS em 2021
A vacina é feita com base em uma versão enfraquecida do novo coronavírus; serão realizados 9.000 testes no Brasil
Lucas Agrela
Publicado em 11 de junho de 2020 às 12h52.
Última atualização em 11 de junho de 2020 às 13h46.
O governador do estado de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou uma parceria com a empresa chinesa de biotecnologia Sinovac Biotech para ter uma vacina contra o novo coronavírus disponível no SUS (Sistema Único de Saúde) até junho de 2021.
A vacina é feita com uma cultura do vírus em laboratório, que é enfraquecido e ajuda o organismo humano a melhorar a imunidade contra a infecção do novo coronavírus (Sars-CoV-2).
Em primeiro momento, a vacina virá da China e, depois, pode passar a ser produzida no Instituto Butantan, que fechou a parceria com a Sinovac Biotech. A gigante farmacêutica também é produz a vacina da H1N1.
O instituto brasileiro poderá produzir a vacina em larga escala para atender à população brasileira. Serão realizados 9.000 testes da vacina em humanos no Brasil. Os testes, de fase três, começarão na próxima semana.
"Milhares de pessoas perderam suas vidas, milhões foram infectadas. Agora temos uma janela da ciência para evitar o covid-19. E o domínio dessa tecnologia é brasileiro e chinês", disse Doria.
No Brasil, os casos de infecção já passaram de 700 mil e as mortes estão em cerca de 40 mil.
Atualmente, a Sinovac constrói uma fábrica na China com capacidade estimada de 100 milhões de unidades da vacina, que é chamada Coronavac. Em maio deste ano, a companhia recebeu um aporte de um fundo privado no valor de 15 milhões de dólares com o objetivo de avançar nos testes da vacina contra a covid-19.
A Coronavac venceu uma etapa importante: ela se mostrou segura em testes com animais, o macaco rhesus. Os resultados da pesquisa foram publicados na respeitada revista científica Science. Já os testes em humanos começaram a ser feitos em abril deste ano e envolveram 144 pessoas.