Segundo o grupo de estudos, o medicamento não teria mostrado eficácia (George Frey/Reuters)
Da Redação
Publicado em 6 de junho de 2020 às 17h06.
Pesquisadores do Reino Unido decidiram interromper estudos sobre a hidroxicloroquina para tratamento da covid-19. Segundo o grupo de estudos Recovery Trial, não há evidências dos benefícios do medicamento no combate ao novo coronavírus.
O grupo é formado por milhares de médicos e outros profissionais da área de saúde, incluindo equipes do Departamento de Saúde e Assistência Social e órgãos da área na Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte.
Os pesquisadores Peter Horby e Martin Landray afirmam que, em março deste ano, foi estabelecido um ensaio clínico randomizado para testar uma variedade de medicamentos potenciais para a covid-19, incluindo a hidroxicloroquina.
Segundo eles, o estudo prosseguiu a uma velocidade "sem precedentes", registrando mais de 11.000 pacientes de 175 hospitais no Reino Unido. Durante esse período, o Comitê Independente de Monitoramento de Dados revisou os resultados a cada duas semanas.
"Concluímos que não há efeito benéfico da hidroxicloroquina em pacientes hospitalizados com covid-19. Decidimos, portanto, parar de inscrever os participantes no braço da área dentro da Recovery", disseram os pesquisadores.
De acordo com a Recovery, um total de 1.542 pacientes foram submetidos à hidroxicloroquina de forma randômica e comparados com 3.132 pacientes com tratamentos habituais. "Não houve diferença significativa nos resultados de mortalidade em 28 dias", afirma.
Também não havia evidências de efeitos benéficos na duração da internação hospitalar ou outros resultados, relata a Recovery.
Horby, que é professor de doenças infecciosas e de saúde global do departamento de medicina da Universidade de Oxford, disse que a hidroxicloroquina recebeu muita atenção e tem sido amplamente usada para tratar pacientes com covid-19, apesar da ausência de evidências contundentes sobre sua eficácia.
"O estudo demonstrou que a hidroxicloroquina não é um tratamento eficaz em pacientes hospitalizados com coronavírus. Embora seja decepcionante que este tratamento tenha se mostrado ineficaz, ele nos permite concentrar o cuidado e a pesquisa em medicamentos mais promissores", destacou.