Ciência

Primeira missão espacial privada chega à ISS

A NASA vai se concentrar, a partir de agora, em viagens mais ambiciosas em direção aos confins do universo

Foguete SpaceX Falcon com a cápsula Crew Dragon Endeavor decolou do Centro Espacial Kenedy para a primeira missão espacial totalmente privada, em 8 de abril de 2022 (Issam AHMED / © Agence France-Presse/AFP)

Foguete SpaceX Falcon com a cápsula Crew Dragon Endeavor decolou do Centro Espacial Kenedy para a primeira missão espacial totalmente privada, em 8 de abril de 2022 (Issam AHMED / © Agence France-Presse/AFP)

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AFP

Publicado em 9 de abril de 2022 às 16h52.

A primeira missão totalmente privada chegou à Estação Espacial Internacional (ISS), na manhã deste sábado (9), com uma tripulação de quatro membros da empresa Axiom Space.

A NASA classificou sua parceria tripartite com a Axiom e a SpaceX como um passo chave em direção à comercialização da chamada "órbita terrestre baixa".

A agência espacial americana vai se concentrar, a partir de agora, em viagens mais ambiciosas em direção aos confins do universo.

Um foguete SpaceX Falcon 9 com a cápsula Crew Dragon Endeavour se acoplou às 09:29 (horário de Brasília) deste sábado (9) à ISS e a tripulação entrou na estação espacial quase duas horas depois, após seu lançamento do Centro Espacial Kennedy na Flórida na sexta-feira (8).

No comando da Axiom Mission 1 (Ax-1) está o astronauta da NASA Michael López-Alegría, com dupla nacionalidade americana e espanhola, e que voou ao espaço quatro vezes durante seus 20 anos de carreira e visitou a ISS pela última vez em 2007.

Acompanham o astronauta três passageiros que pagaram pela viagem: o investidor imobiliário americano Larry Connor, o investidor e filantropo canadense Mark Pathy e o ex-piloto de combate, investidor e filantropo israelense Eytan Stibbe.

"Estamos aqui para experimentar, mas entendemos que temos uma responsabilidade de que todos se saiam bem" como primeira tripulação civil, disse Connor durante a transmissão ao vivo da NASA.

O preço das passagens, que incluem oito dias na estação espacial antes de uma eventual aterrissagem no Atlântico, foi de 55 milhões de dólares.

A Ax-1 é a primeira missão com uma tripulação totalmente privada que voa em uma nave espacial particular em direção à ISS. A Axiom, com sede em Houston, paga a SpaceX pelo transporte e a NASA também cobra a Axiom pelo uso da estação espacial.

 

Projetos de pesquisa

A bordo da ISS, que orbita a Terra a 400 quilômetros de altitude, o quarteto vai realizar 25 projetos de pesquisa, inclusive uma demonstração da tecnologia do MIT de mosaicos inteligentes que formam uma colmeia robótica e que se auto-agrupam na arquitetura espacial.

Outra experiência envolve a utilização de células estaminais cancerígenas para o crescimento de mini-tumores e depois tirar proveito do ambiente de envelhecimento acelerado da microgravidade para identificar biomarcadores para a detecção precoce de tumores malignos.

"Nossos rapazes não vão para lá para flutuar durante oito dias tirando fotografias e observando da cúpula", disse Darek Hassamann, diretor de operações da Axiom Space, a um dos jornalistas em uma coletiva antes do lançamento.

Eytan Stibbe planeja homenagear seu amigo Ilan Ramon, o primeiro astronauta israelense, que morreu no desastre do ônibus espacial Columbia, em 2003, quando a nave espacial se desintegrou voltando da ISS.

Stibbe leva à estação páginas do diário de Ramon que puderam ser resgatadas, assim como lembranças de seus filhos.

A tripulação da Axiom viverá e trabalhará junto da tripulação regular da estação: três americanos e um alemão do lado americano e três russos no lado russo.

A companhia se associou para um total de quatro missões com a SpaceX e a NASA já aprovou a princípio a segunda, AX-2.

A Axiom considera essas viagens como os primeiros passos em direção a um objetivo maior: construir sua própria estação espacia privada, cujo primeiro módulo será lançado em 2024.

A estrutura será acoplada primeiro à ISS antes de passar a ser autônoma quando o laboratório orbital for desativado, o que está previsto para 2030.

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