Ciência

Pacientes sem sintomas continuam a transmitir coronavírus, diz estudo

As pessoas contagiadas pelo vírus continuam a propagar a covid-19 por vários dias depois do desaparecimento dos sintomas

Coronavírus: contágio ocorre mesmo após sintomas sumirem, diz estudo (Callista Images/Getty Images)

Coronavírus: contágio ocorre mesmo após sintomas sumirem, diz estudo (Callista Images/Getty Images)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 30 de março de 2020 às 12h33.

Última atualização em 30 de março de 2020 às 15h40.

Um novo estudo feito por pesquisadores nos Estados Unidos indica que pacientes contagiados pelo novo coronavírus continuam a transmitir o vírus mesmo depois de os sintomas desaparecem. Em pacientes com casos considerados leves da covid-19, o período de contágio registrado na pesquisa foi de um a oito dias após a desaparição dos sintomas.

As 16 pessoas que participaram do estudo tinham sintomas como febre, tosse, dor na faringe e dificuldade de respirar. A idade média dos participantes era de 35 anos e todos foram tratados, entre 28 de janeiro e 9 de fevereiro, no Hospital Geral PLA, em Pequim, na China. Os pesquisadores avaliaram amostras coletadas na garganta dos pacientes em dias alternados, e eles só tiveram alta após os testes darem negativo por dois dias consecutivos.

“Nossa descoberta mais significativa nesse estudo foi que metade dos pacientes continuou a transmitir o vírus mesmo depois da resolução dos sintomas. As infecções mais severas podem ter até mais tempo de contágio [após a desaparição dos sintomas]”, diz, em nota, o doutor Lokesh Sharma, instrutor de medicina no setor de medicina do sono, pulmonar e cuidados críticos da Universidade de Yale, nos Estados Unidos.

A carta do estudo foi publicada no periódico científico sobre sistema respiratório American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine, da American Thoracic Society.

Os pesquisadores reconhecem que a amostragem de pacientes é pequena e que as descobertas podem não se aplicar a todos, como pessoas idosas ou com o sistema imunológico deprimido. Como a covid-19 ainda é uma doença nova para a ciência, faltam mais estudos para compreendê-la. Mas cada nova pesquisa representa um avanço.

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