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Homem toma 217 vacinas contra covid-19 e não tem nenhum efeito colateral

A capacidade de seus anticorpos de neutralizar o SARS-CoV-2 parecia ser entre cinco e 11 vezes maior

Vários testes indicaram que o homem nunca foi infectado pelo coronavírus (d3sign/Getty Images)
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 7 de março de 2024 às 09h49.

Um homem de 62 anos na Alemanha decidiu tomar 217 vacinas contra a Covid-19 ao longo de 29 meses por "motivos particulares". E de forma surpreendente ele não parece ter sofrido nenhum efeito nocivo da imunização excessiva, de acordo com um estudo recém-publicado na revista The Lancet Infectious Diseases.

O caso é de apenas uma pessoa, portanto, os resultados não podem servir de referência à população em geral. No entanto, eles entram em conflito com uma preocupação difundida entre os pesquisadores de que essa superexposição à vacinação poderia levar a uma resposta imunológica mais fraca. Alguns especialistas levantaram essa questão em discussões sobre a frequência com que as pessoas devem receber doses de reforço contra a Covid-19.

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Os pesquisadores conseguiram coletar amostras de sangue e saliva do homem durante a 214ª e a 217ª doses da vacina. Eles compararam suas respostas imunológicas com as de 29 pessoas que haviam recebido uma série padrão de três doses.

Segundo o site The Verge, durante todo esse período de vacinação, o homem nunca relatou nenhum efeito colateral da vacina e seus exames clínicos não revelaram nenhuma anormalidade relacionada à hipervacinação. Os pesquisadores realizaram uma análise detalhada de suas respostas às vacinas e descobriram que, embora alguns aspectos de sua proteção fossem mais fortes, no geral, suas respostas imunológicas eram funcionalmente semelhantes às de pessoas que receberam muito menos doses. Os níveis de anticorpos estimulados pela vacina em seu sangue aumentaram após uma nova dose, mas depois começaram a diminuir, semelhante ao que foi observado nos controles.

A capacidade de seus anticorpos de neutralizar o SARS-CoV-2 parecia ser entre cinco e 11 vezes maior do que nos controles, mas os pesquisadores observaram que isso se devia a uma quantidade maior de anticorpos, e não a anticorpos mais potentes.

Como outro tipo de controle, os pesquisadores também analisaram a resposta imunológica do homem a um vírus não relacionado, o Epstein-Barr, que causa mononucleose. Eles descobriram que as imunizações não afetaram negativamente as respostas a esse vírus, sugerindo que não houve efeitos nocivos sobre as respostas imunológicas em geral.

Por fim, vários tipos de testes indicaram que o homem nunca foi infectado pelo SARS-CoV-2, mas os pesquisadores foram cautelosos e disseram que isso poderia ser em razão também de outros cuidados que o homem tomou.

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