Ciência

Fome o tempo todo? Pesquisadores encontram o motivo

A diferença para os mais famintos está nos níveis de açucar no sangue no momento em que acordam e depois que comem

Agora existe a confirmação de que os níveis de açúcar no sangue desempenham um papel importante no controle da fome (Apptite/Divulgação)

Agora existe a confirmação de que os níveis de açúcar no sangue desempenham um papel importante no controle da fome (Apptite/Divulgação)

Uma refeição acaba de ser feita, mesmo assim, a fome se mantém. Apesar de essa não ser uma sensação comum entre todos, quem sente vive uma incontrolável vontade de comer. 

Mas em um novo esforço da ciência para elucidar as questões entorno dos comportamentos humanos, se obteve uma pista para responder o motivo por qual alguns corpos acham que ainda não estão satisfeitos mesmo após uma refeição completa. 

A pesquisa foi publicada nNature Metabolism de abril, e envolve pesquisadores de cerca de cinco instituições diferentes da Europa e dos Estados Unidos, liderados por um centro de pesquisa do KingCollege, de Londres. 

No experimento, foi padronizado algumas das refeições de 1 070 voluntários. Eles tiveram seus índices de açúcar medidos. Além de usarem monitores de glicose o tempo todo. 

Um aplicativo também registrou o estado de fome e atenção durante o dia. O café da manhã padrão era composto por muffins contendo a mesma quantidade de calorias, mas variando na composição em termos de carboidratos, proteínas, gorduras e fibras. A hipótese era de que níveis de açúcar no sangue desempenham um papel importante no controle da fome. 

O resultado mostrou que os voluntários que sofrem de quedas elevadas na pressão arterial durante o sono, tiveram um aumento de 9% na fome e comeram em média 30 minutos mais cedo do que os outros no mesmo período de tempo. Tal queda estaria associada aos baixos níveis de glicose. 

Eles ainda ingeriram 75 calorias a mais nas primeiras três horas após o café padronizado e cerca de 312 calorias durante o dia. Isso pode explicar a dificuldade para perder peso de algumas dessas pessoas. 

“Agora mostramos que as quedas de açúcar são um indicador melhor de fome e ingestão de calorias subsequente do que a resposta inicial de pico de açúcar no sangue após comer, mudando a forma como pensamos sobre a relação entre os níveis de açúcar no sangue e os alimentos que comemos”, disse a médica pesquisadora Sarah Berry, do King’s College. 

“Muitas pessoas lutam para perder peso e mantê-lo, e apenas algumas centenas de calorias extras por dia podem chegar a vários quilos de ganho de peso ao longo de um ano. Nossa descoberta de que o tamanho do açúcar depois de comer tem um grande impacto sobre a fome e o apetite tem um grande potencial para ajudar as pessoas a compreender e controlar seu peso e sua saúde a longo prazo”, disse também a professora Ana Valdes, da Escola de Medicina da Universidade de Nottingham, que liderou a equipe do estudo.

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