Ciência

Estudo revela porque tartarugas verdes deixaram de criar machos

A composição das colônias de tartarugas verdes do norte da Grande Barreira de Coral está dominada por fêmeas

Tartarugas: o sexo destes animais é determinado pela temperatura de incubação dos ovos (Joe Raedle/Getty Images)

Tartarugas: o sexo destes animais é determinado pela temperatura de incubação dos ovos (Joe Raedle/Getty Images)

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EFE

Publicado em 8 de janeiro de 2018 às 17h57.

Genebra - Um estudo elaborado pela WWF revelou nesta segunda-feira que o aumento da temperatura contribui para que a composição das colônias de tartarugas verdes do norte da Grande Barreira de Coral (este da Austrália) esteja dominada por fêmeas e que a cria de machos é muito pequena nesta zona.

Esta é uma das comunidades mais importantes do mundo, já que agrupa cerca de 200 mil fêmeas reprodutoras, ainda que a WWF adverta, em um comunicado, que poderia entrar em colapso sem a presença de mais machos.

O sexo destes animais é determinado pela temperatura de incubação dos ovos, sendo fêmeas aquelas que se incubam em um ninho mais quentes.

A partir disso, o estudo concluíu que o aumento das temperaturas no norte de Queensland (Austrália), vinculado à mudança climática, é o motivo do crescimento da população feminina.

Para identificar o sexo e sua origem de nidificação, os cientistas capturaram tartarugas verdes no arquipélago de Howick, onde as alimentaram, e fizeram exames genéticos e de endocrinologia.

A pesquisa revelou que entre as tartarugas verdes procedentes das praias do norte, 86,8% eram fêmeas enquanto a porcentagem das fêmeas procedentes das praias mais frias do sul é mais moderado, entre 65% e 69%.

Um dos autores do estudo, o doutor Michael Jensen, assegurou que as tartarugas verdes do norte da Grande Barreira de Coral estiveram produzindo principalmente fêmeas durante mais de duas décadas, "o que resulta em um viés extremo".

"Este estudo é muito importante porque proporciona uma nova compreensão sobre o que estas populações estão vivendo", acrescentou Jensen.

"Conhecer a proporção atual de fêmeas em idade adulta e reprodutora e como isto pode afetar dentro de 5, 10 e 20 anos quando as crias tenham crescido pode ser muito valioso", concluíu o autor.

O estudo foi realizado através da WWF Austrália e contou com a colaboração da diretora do projeto de espécies marinhas do WWF, Christine Hof. 

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