Ciência

Estresse excessivo pode atrapalhar a memória e causar ansiedade desnecessária, diz estudo

Situação acontece quando, por exemplo, uma pessoa passa a evitar cozinhar completo depois de se queimar

Estresse pode atrapalhar memória das pessoas

Estresse pode atrapalhar memória das pessoas

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 20 de novembro de 2024 às 10h00.

O estresse traz uma série de malefícios para a saúde dos seres humanos e, segundo um estudo publicado na revista científica Nature recentemente, o sentimento também pode afetar negativamente a memória das pessoas, prejudicando a forma com como as lembranças são formadas e aumentando a ansiedade desnecessária.

A pesquisa mostrou que o estresse altera a maneira como o cérebro organiza as memórias, resultando em respostas de medo desnecessárias. Isso acontece quando, por exemplo, uma pessoa passa a evitar cozinhar completo depois de se queimar.

Para isso, os pesquisadores analisaram a amígdala de camundongos, avaliando como eles respondiam ao estresse e às emoções em geral, colocando-os sob situações estressantes. Depois, eles foram expostos a sons neutros e submetidos a choques nos pés.

Com isso, observou-se que os camundongos estressados travavam emocionalmente quando ouviam um som neutro e o som associado ao choque, o que mostrou uma dificuldade na identificação de eventos neutros e assustadores.

Durante o estudo, os camundongos não estressados  formavam pequenos grupos de neurônios (engrams) em resposta ao som e ao choque, que eram reativados apenas quando expostos ao som específico. Em contraste, os camundongos estressados formavam engrams maiores, reativados por ambos os sons. Em condições normais, neurônios presentes na amígdala liberam o neurotransmissor GABA, limitando a formação de engrams.

Os pesquisadores, assim, descobriram que algumas medicações podem ajudar a diminuir os efeitos do estresse no cérebro humano. É o caso da mifepristona, que bloqueiam alguns dos receptores afetados. Mas eles fizeram um alerta: os medicamentos têm efeitos colaterais e funcionam apenas se administrados no momento da formação da memória, e sua eficácia em humanos ainda não foi comprovada.

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