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Cometa Neowise poderá ser visto a olho nu por brasileiros na quarta-feira

No Hemisfério Norte, a passagem do cometa foi um espetáculo; fotos mostram o luminoso corpo celeste atravessando os céus da Itália e da República Checa

Cometa Neowise, no Japão: o cometa recebeu o mesmo nome do telescópio espacial, lançado pela Nasa em 2009, que o descobriu em março de 2020 (Nayoro Observatory/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de julho de 2020 às 09h59.

O cometa Neowise, descoberto pela Nasa em 27 de março, poderá ser visto pelos brasileiros, a olho nu, a partir de quarta-feira. Moradores do Sudeste poderão vê-lo com maior nitidez neste dia - e os do Sul por volta do dia 26. A próxima "passagem" do Neowise pela Terra é calculada pelos astrônomos para daqui a 6.800 anos. Sua aproximação máxima da Terra será em 23 de julho: 103 milhões de quilômetros. A quem se interessar por registrar sua presença, cabe lembrar: fenômenos como esse variam muito de um dia para o outro, são imprevisíveis e algumas condições são necessárias para tudo dar certo.

No Hemisfério Norte, ele provocou um raro espetáculo. Fotos mostram um luminoso corpo redondo acompanhado por uma cauda igualmente brilhante atravessando os céus da Itália e da República Checa, por exemplo. Na quarta-feira, o Neowise passou sobre as Seven Magic Mountains, no deserto de Nevada, nos EUA.

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"No Hemisfério Norte foi um show, muito bonito, mas nada garante que será assim no Hemisfério Sul, porque à medida que os dias vão passando o cometa vai se afastando do Sol e ficando mais fraco", explica o astrofísico Roberto Dell’Aglio Dias da Costa, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP.

É a ação solar que permite que os cometas sejam vistos. Como são compostos por um núcleo de gelo, o calor do Sol provoca a sublimação desse material, transformando-o de sólido em gasoso. O gás que sobe pela superfície do corpo dá a visão do brilho que rasga o céu em sua passagem. Quanto mais longe do Sol, menos partes são desprendidas e menos visível ele fica.

O Neowise recebeu o mesmo nome do telescópio espacial, lançado pela Nasa em 2009, que o descobriu em março. A partir daí, começou um estudo para classificá-lo e estimou-se que ele tem uma órbita de aproximadamente 6.800 anos - ou seja, esse é o tempo que ele demora para dar uma volta completa em torno do Sol.

No Brasil

Segundo o astrofísico Dias da Costa, o cometa Neowise deve ficar visível nos dias indicados depois do pôr do sol, bem junto ao horizonte, no sentido noroeste. Será preciso olhar para o ponto em que o Sol está se pondo e direcionar os olhos um pouco para a direita. "Como vai ser muito baixo no horizonte, o observador precisa procurar um horizonte limpo, sem prédios e um lugar escuro, em noite sem nuvens", indica Costa. Um binóculo certamente vai ajudar.

Na próxima semana o clima deve ajudar, com um céu de poucas nuvens. Nas Regiões Norte e Nordeste, ele aparecerá melhor do que no Sudeste, que por sua vez terá uma visão mais nítida de quem mora no Sul.

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