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Cientistas encontram possível evidência de 1º planeta em outra galáxia

Para um objeto espacial ser realmente considerado um planeta muitos processos devem acontecer, mas descoberta não deixa de ser animadora

Galáxia do Redemoinho: local pode abrigar um planeta (David James/Getty Images)

Tamires Vitorio

Publicado em 25 de setembro de 2020 às 12h18.

Última atualização em 25 de setembro de 2020 às 17h22.

Um grupo de cientistas podem ter encontrado a primeira evidência de um planeta em outra galáxia. O estudo , liderado pela astrônoma Rosanne Di Stefano , do observatório Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics, aponta que um planeta menor que Saturno (que tem 58,232 quilômetros) foi observado na galáxia do Redemoinho (ou M51 Whirlpool, em inglês) a 23 milhões de anos-luz de distância da Terra, perto da constelação Ursa Maior. O suposto planeta orbita um sistema binário dez vezes mais distante que a Terra é do Sol — que fica a 149 milhões de quilômetros da estrela central do nosso sistema.

O sistema binário que o M51-ULS-1b (nome complicado para chamar a nova descoberta) é "jovem e massivo", de acordo com o estudo, e seus componentes são remanescentes de uma estrela, seja ela uma estrela de nêutron ou um buraco negro, que está devorando outra estrela massiva com bastante ferocidade.

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Foi por isso que o possível planeta foi encontrado. A poeira estelar liberou intensas ondas de energia, o que fez com que o sistema se tornasse um dos raios X mais brilhantes da galáxia Redemoinho.

Esse raio X liberado é quase 1 milhão de vezes mais brilhante do que o Sol. A fonte deles, no entanto, era pequena, o que significa que o planeta orbitando por ali, a bilhões de quilômetros de distância, poderia eclipsar totalmente o buraco negro ou a estrela de nêutron. Em apenas 3 horas, a fonte do raio X foi reduzida a quase nada, e reapareceu pouco depois como se nada tivesse acontecido.

À esquerda, a Galáxia do Redemoinho; à direita, o ponto rosa marca a posição de raio X do planeta, posicionado na beira de um jovem aglomerado de estrelas (Estudo/Reprodução)

A situação aconteceu em 2012, mas ninguém prestou muita atenção — até agora. Di Stefano e seu time, ao observar os dados coletados na época pelo Observatório de raios X Chandra, encontraram o planeta.

Segundo o time de cientistas, existem várias razões pelas quais uma luz de raio X pode desaparecer dessa forma, uma delas é a presença de uma estrela menor, mas, para eles, o M51-ULS-1b não é uma anã branca (remanescente estelar composto de matéria degenerada por elétrons) ou outro tipo de estrela porque o sistema binário é muito jovem para que isso tenha acontecido.

O suposto planeta orbita um sistema binário dez vezes mais distante que a Terra é do Sol --- que fica a 149 milhões de quilômetros da estrela central do nosso sistema.

O que aconteceu no momento que a luz desapareceu, para Di Stefano e sua equipe, foi um eclipse. "Ele é aproximadamente simétrico e seu formato é típico de trânsitos nos quais a fonte e o objeto transitando têm tamanhos comparáveis", diz o estudo.

A possibilidade de o M51-ULS-1b ser um planeta existe, é claro, e não deixa de ser animadora, mas também pode se tratar somente de um fenômeno que passou pela galáxia e nunca mais vai voltar a aparecer. É preciso ter calma. O estudo ainda não foi revisado por pares e muita coisa ainda pode rolar.

Mas como se confirma a existência de um planeta?

De acordo com a Nasa , um planeta é confirmado somente depois de passar por algumas análises. Primeiro de tudo é preciso que um cientista faça a coleta de dados de telescópios, estando eles no céu ou no solo.

Isso, no entanto, não é tudo — antes de falar que encontrou um planeta, o cientista precisa definir se o objeto espacial encontrado não se trata de um grupo de estrelas, de asteroides ou se não é até mesmo uma nuvem de poeira ou uma anã marrom.

A possibilidade de o M51-ULS-1b ser um planeta existe, é claro, e não deixa de ser animadora, mas também pode se tratar somente de um fenômeno que passou pela galáxia e nunca mais vai voltar a aparecer. É preciso ter calma.

Depois é preciso confirmar se o que foi encontrado é ou não um planeta com a utilização de um segundo método de observação. Para ser validada, os cientistas precisam ter mais de 99% de certeza em relação à descoberta.

Em seguida é preciso submeter a novidade para um jornal científico e esperar a revisão de pares e a publicação do estudo.

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