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Cientistas chineses confirmam avanços no estudo da matéria escura

Trata-se da primeira vez que um experimento espacial informa do espectro detalhado e preciso de elétrones e posítrones de até aproximadamente 5 TeV

A matéria escura, que não se pode ver nem tocar, é um dos grandes mistérios da ciência (NASA/CXC/SAO/E.Bulbul, et al./Reprodução)
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EFE

Publicado em 30 de novembro de 2017 às 14h58.

Xangai - Um satélite chinês detectou "sinais inesperados e misteriosos" na sua medição de raios cósmicos de alta energia, algo que, segundo os cientistas do país, poderia levar a novas descobertas sobre a matéria escura, informou nesta quinta-feira a agência oficial "Xinhua".

O Explorador de Partículas de Matéria Escura da China (DAMPE) mediu mais de 3,5 trilhões de partículas de raios cósmicos com a energia mais alta até 100 tera-elétron-volts (TeV) e com uma resolução de energia sem precedentes.

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"O DAMPE abriu uma nova janela para observar o universo de alta energia, descobrindo novos fenômenos físicos além do nosso entendimento atual", disse o cientista-chefe do projeto, Chang Jin.

Segundo explicou, esta é a primeira vez que um experimento espacial informa do espectro detalhado e preciso de elétrones e posítrones de até aproximadamente 5 TeV.

"Têm sido encontradas as 61 partículas elementares preditas pelo modelo padrão de física de partículas. As partículas de matéria escura estão além da lista. Portanto, se encontrarmos uma nova partícula elementar, será um grande avanço para a física", acrescentou.

A medição precisa dos raios cósmicos é importante para que os cientistas busquem rastros de aniquilação ou decomposição da matéria escura, assim como para compreender fenômenos astrofísicos como pulsares, núcleos ativos de galáxias e superestrelas novas.

"Nossos dados podem inspirar algumas ideias novas em física de partículas e astrofísica", destacou Chang.

A matéria escura, que não se pode ver nem tocar, é um dos grandes mistérios da ciência. Os cientistas calculam que a matéria normal, como galáxias, estrelas, árvores, rochas e átomos, representa apenas cerca de 5% do universo.

Além disso, 26,8% do universo é matéria escura e 68,3% é energia escura, razão pela qual tudo o que se sabe hoje em dia é uma pequena fração da realidade.

A exploração da matéria escura é revolucionária para a física e a ciência espacial e qualquer descoberta nesta área poderia ser tão significativa como a teoria heliocêntrica, a lei da gravidade, a teoria da relatividade e a mecânica quântica.

O DAMPE foi enviado a uma órbita de 500 quilômetros sobre a Terra em 17 de dezembro de 2015 e é parte do programa de satélites científicos desenvolvido pela China, de forma paralela ao plano de exploração da Lua e aos de envio de missões tripuladas, que incluem o estabelecimento de uma estação orbital permanente.

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