Ciência

Cientistas acreditam ter encontrado rocha de outro planeta na Argélia

O pedaço encontrado é milhões de anos mais velho que a Terra e é a rocha mais antiga já encontrada

Foto registra um dos pedaços da EC 002, rocha mais antiga já encontrada na Terra (Maine Mineral and Gem Museum / Darryl Pitt/Reprodução)

Foto registra um dos pedaços da EC 002, rocha mais antiga já encontrada na Terra (Maine Mineral and Gem Museum / Darryl Pitt/Reprodução)

LP

Laura Pancini

Publicado em 10 de março de 2021 às 10h43.

Uma equipe de cientistas acredita ter encontrado pedaços de outro planeta no mar de areia Erg Chech, no sudoeste da Argélia, em maio de 2020.

Os pedaços de rocha somam 32 quilogramas e foram batizados de EC 002, de acordo com artigo publicado na Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos (PNAS).

A pesquisa sugere que os dois minerais presentes nas rochas, o magnésio e o alumínio, se cristalizaram cerca de 4,565 bilhões de anos atrás. Para comparação, a Terra tem 4,54 bilhões de anos, o que significa que o EC 002 é alguns milhões de anos mais velho.

Em seu artigo, os pesquisadores sugerem que o EC 002 se formou de forma vulcânica, o que significa que ele pode ter feito parde da crosta de um protoplaneta, fase inicial da formação de um planeta. "Este meteorito é a rocha magmática mais antiga analisada até hoje e lança luz sobre a formação das crostas primordiais que cobriam os protoplanetas mais antigos", escreveram.

O EC 002 é realmente um achado raro, com uma textura diferente da maioria dos meteoritos que já foram recuperados. Enquanto os comuns se formam a partir de pedaços de poeira e rocha, esta raridade conta com a presença de cristais de piroxênio, como o magnésio e o alumínio.

Mesmo após a comparação com 10.000 objetos do banco de dados do Sloan Digital Sky Survey, o EC 002 foi "claramente distinguível de todos os grupos de asteroides", relataram os cientistas. "Nenhum objeto com características espectrais semelhantes ao EC 002 foi identificado até o momento."

A descoberta do EC 002 é uma oportunidade para entendermos mais a fundo os mistérios do nossos sistema solar. Com ele, cientistas esperam conseguir estudar os primeiros estágios de formação do planeta e conhecer mais sobre os primeiros milhões de anos do Sistema Solar, quando a Terra ainda nem se formava.

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