China testa vacina contra covid-19 em grupos de alto risco desde julho
O objetivo é reforçar a imunidade de grupos específicos, incluindo trabalhadores da área de saúde, de mercados, dos setores de transporte e serviços
Reuters
Publicado em 22 de agosto de 2020 às 15h15.
Última atualização em 23 de agosto de 2020 às 13h16.
A China está testando vacinas experimentais contra o novo coronavírus em grupos de alto risco desde julho, afirmou uma autoridade sanitária à imprensa estatal. Nenhuma vacina foi aprovada em testes finais até o momento a ponto de ser usada em larga escala e proteger a população do vírus que já levou mais de 800.000 pessoas à morte ao redor do mundo.
O objetivo é reforçar a imunidade de grupos específicos, incluindo trabalhadores da área de saúde, de mercados, dos setores de transporte e serviços, afirmou Zheng Zhongwei, autoridade da Comissão Nacional de Saúde, à televisão estatal, em entrevista veiculada neste sábado. As autoridades podem considerar uma modesta expansão do programa para tentar prevenir possíveis surtos durante o outono e o inverno, acrescentou Zheng, que lidera a equipe do governo chinês que coordena recursos estatais para o desenvolvimento de uma vacina contra o coronavírus.
As diretrizes para o uso emergencial da potencial vacina, aprovada em 24 de junho segundo Zheng, ainda não foram divulgadas ao público. O veículo estatal Global Times relatou, em junho, que a China estava oferecendo vacina contra o coronavírus a funcionários de empresas públicas que viajariam ao exterior. Alguns países, no entanto, estão céticos em relação ao uso experimental de vacinas pela China. Papua Nova Guiné negou a entrada de cidadãos chineses que participaram do teste de vacina contra o coronavírus, segundo um jornal australiano.
As vacinas contra coronavírus da China terão um preço próximo ao custo, afirmou Zheng. “Isso não significa que as empresas não possam lucrar”, disse Zheng. “As empresas devem decidir por lucros moderados ou razoáveis, com base nos custos.”
Uma potencial vacina contra o coronavírus que está sendo desenvolvida por uma unidade do Grupo Farmacêutico Nacional da China (Sinopharm) pode custar no máximo 1.000 iuanes (144 dólares) por duas doses, afirmou o presidente da Sinopharm, Liu Jingzhen, à imprensa estatal, na semana passada.
“(O preço) definitivamente será menor do que o que Liu disse”, afirmou Zheng.