249 mortos, 187 curados: por que é difícil tratar o coronavírus?
Número de mortes ainda é maior do que o de pessoas que conseguiram eliminar a doença. Com nove suspeitas, Brasil intensifica alerta contra o vírus
Da Redação
Publicado em 31 de janeiro de 2020 às 06h41.
Última atualização em 31 de janeiro de 2020 às 20h47.
São Paulo — Classificado na sexta-feira (30) como emergência global de saúde pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o coronavírus segue fazendo vítimas fatais no mundo. O número, inclusive, ainda é maior do que o de pessoas que foram curadas da doença que surgiu em meados de dezembro, na China.
Entre os mais de 9,7 mil casos registrados até ontem em 22 países, 187 pessoas foram tratadas e eliminaram doença que afeta o sistema respiratório. Além dos pacientes tratados na China, foram registrados casos de sucesso na Austrália, na Tailândia e no Japão.
Segundo o Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês), não há um tratamento antiviral específico para tratar a infecção em questão e os pacientes devem receber cuidados para aliviar os sintomas e fortalecer o sistema imunológico.
Uma vez no hospital, e isolado de outras pessoas, o paciente pode receber máscaras de oxigênio (uma em cada quatro são conectadas com ventiladores, em casos mais graves) e medicamento intravenoso. Se estiver saudável, a recuperação será total. Mas isso não significa imunidade futura à doença.
Por enquanto, uma vacina desenvolvida por cientistas de Hong Kong está em fase de testes e cientistas também estudam utilizar um medicamento usado para tratar pacientes com HIV.
Ao todo, 249 mortes foram contabilizadas até o momento – a maior parte de pessoas idosas. Somente nesta quinta-feira, 38 pessoas morreram, o maior número registrado durante um dia deste que o surto começou. Os dados foram computados por um mapa digital criado pela Universidade John Hopkins, nos Estados Unidos.
O Brasil registra nove suspeitas de infecção pelo coronavírus. Segundo o Ministério da Saúde, São Paulo (3 casos suspeitos), Santa Catarina (2), Minas Gerais (1), Paraná (1), Rio de Janeiro (1) e Ceará (1) são os estados que estão sendo monitorados. Nenhum caso foi confirmado até o momento.
Mesmo assim, o órgão já elevou a classificação de risco do Brasil para nível 2. Isso significa “perigo iminente”. Caso ocorra alguma confirmação de transmissão dentro do País, o alerta será de nível 3. Seguindo orientação da OMS, o governo brasileiro passou a tratar “todo e qualquer eventual caso suspeito aqueles procedentes da China”.