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Vitamina B3, que reduz colesterol, traz risco de morte

A niacina "se associou a uma tendência crescente de morte" e aumento de efeitos colaterais graves, informou revista New England Journal of Medicine


	Niacina: a maioria das pessoas deveria parar de usar este suplemento popular, destacou editorial
 (Getty Images)

Niacina: a maioria das pessoas deveria parar de usar este suplemento popular, destacou editorial (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 16 de julho de 2014 às 21h30.

Washington - A niacina, conhecida como vitamina B3, usada para reduzir o risco de infarto ou acidente vascular cerebral (AVC) em pessoas com colesterol alto, também traz risco de morte, revelou um amplo estudo internacional divulgado nesta quarta-feira.

Por este motivo, a maioria das pessoas deveria parar de usar este suplemento popular, destacou em editorial a revista New England Journal of Medicine, que publicou simultaneamente os resultados da prova.

A niacina ganhou popularidade nos últimos 50 anos e é usada principalmente para elevar o nível de colesterol HDL (lipoproteína de alta densidade), também conhecido como colesterol bom.

No entanto, um estudo feito durante quatro anos com pessoas entre os 50 e os 80 anos, com colesterol elevado, revelou não haver benefícios que se traduzissem em uma redução da taxa de infartos ou AVCs.

Foram estudadas 25.673 pessoas, todas já tinham tomado estatinas para reduzir o colesterol. Além disso, algumas tomavam niacina e laropiprant (um medicamento que reduz a vermelhidão do rosto causado pelas altas doses de niacina). Outras tomaram um placebo.

As pesquisas foram feitas em Grã-Bretanha, China e Escandinávia.

A niacina "se associou a uma tendência crescente de morte", informou o estudo, segundo o qual o composto também se associa a "um aumento significativo de efeitos colaterais graves: problemas hepáticos, excesso de infecções, sangramento excessivo, gota, perda de controle (das taxas) de açúcar no sangue, no caso dos diabéticos, e desenvolvimento de diabetes naqueles que não padeciam dela quando começou o estudo".

Donald Lloyd-Jones, diretor de medicina preventiva da escola de medicina da Universidade Northwestern Feinberg e do hospital Northwestern Memorial, disse que os usuários de niacina correm um risco 9% maior de morrer, um percentual que os cientistas consideraram estatisticamente significativo, ou seja, os benefícios ficam em segundo plano.

"Poderia ocorrer uma morte a cada 200 pessoas que tomam niacina", disse Lloyd-Jones, que escreveu o editorial da revista. "Com um sinal como este, é claro que (a niacina) é uma terapia inaceitável para a ampla maioria dos pacientes".

Outro estudo sobre a niacina, feito com mais de 3.400 pacientes, revelou que ela aumentava o risco de infecção e daria certa proteção a problemas cardiovasculares, reportou o New England Journal of Medicine.

"Deve-se considerar que a niacina tem uma toxicidade inaceitável para a maioria dos pacientes e que não deve ser usada rotineiramente", escreveu Lloyd-Jones.

Ao contrário, os tratamentos com estatinas deveriam continuar sendo - como são atualmente - o principal recurso para ajudar a reduzir o colesterol ruim, enquanto a niacina só deveria ser prescrita para pacientes com alto risco que não conseguem tolerar as estatinas, acrescentou.

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