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Rio perde o Odeon, seu mais antigo cine de rua

Mais antigo da cidade, o cinema, que fará 90 anos em 2016, fechou por tempo indeterminado

Fachada do Cinema Odeon, na Cinelândia, no Rio de Janeiro (Flickr/Priscilla Santos/Creative Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de junho de 2014 às 22h24.

Rio de Janeiro - Em uma semana, o Rio perdeu dois de seus 14 cinemas de rua. O mais antigo da cidade, o Cine Odeon, que fará 90 anos em 2016, fechou por tempo indeterminado.

É o último remanescente da época áurea da Cinelândia, praça do centro que ganhou este nome nos anos 1920 por causa da grande concentração de cinemas.

Já o Cine Leblon, o único de rua no bairro mais caro do Rio, está com os dias contados. O secretário municipal de Cultura, Sérgio Sá Leitão, disse que quer salvar as salas.

Grupos diferentes administram as salas. Segundo o Grupo Estação, do Odeon, o fechamento é para obras de infraestrutura, nos sistemas de esgoto e de ar-condicionado, e outras intervenções mais amplas.

Mas não há previsão para reabertura, uma vez que nem o dinheiro para recuperação está em caixa. Tudo depende do patrocínio da Petrobras, que vem de 2000, quando a companhia restaurou o cinema, à época degradado.

"Todos os cinemas de rua, não só no Rio, mas em todo o País, enfrentam dificuldades para se manter. Cabe ao poder público decidir se esse tipo de atividade é importante para a cidade ou não", diz Marcelo França Mendes, diretor do Estação.

"Se é, necessita de apoio, pois um a um os cinemas vão fechar. É a tendência natural com o aumento do preço do metro quadrado. Cinemas são em geral áreas grandes e consequentemente caras de manter."

Protestos

Sobrevivente dos quatro cinemas da Cinelândia, idealizada para ser a "Times Square brasileira", o Odeon é palco dos lançamentos de filmes nacionais durante o Festival de Cinema do Rio e sofre há um ano com protestos populares, alguns deles com embate entre manifestantes e policiais.

Na edição do festival de 2013, sessões tiveram de ser transferidas para cinemas da zona sul, por causa de tumultos. Inaugurado nos anos 1950, o Cine Leblon é do Grupo Severiano Ribeiro.

Na porta, já se afixou o recado: "Após mais de uma década de tentativas sem sucesso no sentido de tornar o cinema não deficitário, informamos que suas atividades serão encerradas em breve."

Os moradores do Leblon temem que o prédio, que é tombado, seja vendido e deixe de ser um cinema. Anteontem, eles fizeram um protesto contra o fechamento.

Idealizado por um grupo de interessados no ponto, um projeto que será proposto ao Instituto Rio Patrimônio da Humanidade prevê reforma e abertura de três salas, restaurante, livraria e cinco pavimentos comerciais com escritórios.

Pelas redes sociais, o secretário de Cultura demonstrou interesse em interceder pelos dois cinemas: "O fechamento dos cinemas de rua Odeon e Leblon é ruim para o Rio. Farei o possível para evitar. Em vez de fechar, é preciso revitalizar!"

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Rio de Janeiro - Em uma semana, o Rio perdeu dois de seus 14 cinemas de rua. O mais antigo da cidade, o Cine Odeon, que fará 90 anos em 2016, fechou por tempo indeterminado.

É o último remanescente da época áurea da Cinelândia, praça do centro que ganhou este nome nos anos 1920 por causa da grande concentração de cinemas.

Já o Cine Leblon, o único de rua no bairro mais caro do Rio, está com os dias contados. O secretário municipal de Cultura, Sérgio Sá Leitão, disse que quer salvar as salas.

Grupos diferentes administram as salas. Segundo o Grupo Estação, do Odeon, o fechamento é para obras de infraestrutura, nos sistemas de esgoto e de ar-condicionado, e outras intervenções mais amplas.

Mas não há previsão para reabertura, uma vez que nem o dinheiro para recuperação está em caixa. Tudo depende do patrocínio da Petrobras, que vem de 2000, quando a companhia restaurou o cinema, à época degradado.

"Todos os cinemas de rua, não só no Rio, mas em todo o País, enfrentam dificuldades para se manter. Cabe ao poder público decidir se esse tipo de atividade é importante para a cidade ou não", diz Marcelo França Mendes, diretor do Estação.

"Se é, necessita de apoio, pois um a um os cinemas vão fechar. É a tendência natural com o aumento do preço do metro quadrado. Cinemas são em geral áreas grandes e consequentemente caras de manter."

Protestos

Sobrevivente dos quatro cinemas da Cinelândia, idealizada para ser a "Times Square brasileira", o Odeon é palco dos lançamentos de filmes nacionais durante o Festival de Cinema do Rio e sofre há um ano com protestos populares, alguns deles com embate entre manifestantes e policiais.

Na edição do festival de 2013, sessões tiveram de ser transferidas para cinemas da zona sul, por causa de tumultos. Inaugurado nos anos 1950, o Cine Leblon é do Grupo Severiano Ribeiro.

Na porta, já se afixou o recado: "Após mais de uma década de tentativas sem sucesso no sentido de tornar o cinema não deficitário, informamos que suas atividades serão encerradas em breve."

Os moradores do Leblon temem que o prédio, que é tombado, seja vendido e deixe de ser um cinema. Anteontem, eles fizeram um protesto contra o fechamento.

Idealizado por um grupo de interessados no ponto, um projeto que será proposto ao Instituto Rio Patrimônio da Humanidade prevê reforma e abertura de três salas, restaurante, livraria e cinco pavimentos comerciais com escritórios.

Pelas redes sociais, o secretário de Cultura demonstrou interesse em interceder pelos dois cinemas: "O fechamento dos cinemas de rua Odeon e Leblon é ruim para o Rio. Farei o possível para evitar. Em vez de fechar, é preciso revitalizar!"

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