Preparo físico e agilidade se tornam vitais nesta Copa
Não basta ser craque nos tempos em que a obediência tática é parte fundamental do planejamento das seleções
Da Redação
Publicado em 10 de julho de 2014 às 08h51.
São Paulo - Não basta ser craque nos tempos em que a obediência tática é parte fundamental do planejamento das seleções que disputam a Copa do Mundo . O desempenho do grande jogador passa também pelo bom preparo físico e pelo trabalho específico com cada um dos 11 atletas em campo. A importância desse fundamento transforma jogadores desconhecidos em referências.
O lateral-esquerdo costa-riquenho Júnior Diaz, por exemplo, é o jogador responsável por atingir a maior velocidade nas 62 partidas disputadas até aqui. O recorde foi alcançado no empate por 1 a 1 contra a Grécia, nas oitavas de final, quando a equipe conseguiu a inédita classificação à fase seguinte.
Outro lateral, Aurier, da Costa do Marfim, que joga pelo lado direito, ocupa a segunda posição no ranking, com 33,5 km/h. O uruguaio Alvaro Pereira, por sua vez, atingiu 33,1 km/h, mesma marca alcançada pelo atacante da seleção argentina, Gonzalo Higuaín. Na lista, se destacam ainda Balotteli, Di María, além de outros dois laterais-direitos: Srna, da Croácia, e Johnson, dos Estados Unidos.
De acordo com o fisiologista Turibio Leite de Barros, diretor do Physio Institute, o atleta velocista já conta com a herança genética favorável. "É um fator fundamental. O desenvolvimento da velocidade ocorre com métodos de treinamento", explicou.
Um deles é o treinamento com peso, recurso não aceito nas décadas passadas. O trabalho, segundo Turibio, é essencial para o atleta ganhar velocidade, pois está ligado ao ganho de massa muscular. Os recursos nutricionais e o uso de suprimentos também ajuda na obtenção de bons resultados.
A seleção brasileira utilizou pela primeira vez a orientação para treinamento com base nos estudos científicos na Copa de 1994. "Antes não havia um trabalho individualizado. A dupla Parreira e Moraci Santanna foi fundamental para isso", afirmou Turíbio.
Na década de 1970, um jogador corria, em média, de seis a oito quilômetros por partida. Depois de 40 anos, a marca alcançou 11 a 12 quilômetros a cada jogo. O meia Celso Borges, da Costa Rica, é o maior exemplo desta Copa.
Em cinco jogos, o jogador tornou-se o recordista no total de quilômetros percorridos: 60.400 metros. Thomas Müller, até a semifinal, já correu 68.800 metros nos jogos da Alemanha, quase o mesmo número alcançado pelos companheiros Toni Kroos e Philipp Lahm.
CORRERIA - O craque holandês Robben, por sua vez, é um jogador que consegue aliar técnica e velocidade, como Messi e Neymar. Não à toa, o quinto gol marcado contra a Espanha ganhou destaque mundial.
No lance, o atacante saiu atrás do zagueiro Sergio Ramos, ainda no campo de defesa, e invadiu a área antes do espanhol.
Segundo a Fifa, o atacante atingiu 31 km/h durante a corrida. Durante a goleada (5 a 1 para os holandeses), Robben deu 64 piques no gramado.
Contra a Costa Rica, melhorou o desempenho e atingiu 31,6 km/h. Messi, contra a Nigéria, chegou à marca de 29,6 km/h. Na Copa, o craque ficou atrás de 12 companheiros da equipe argentina.
Já Neymar alcançou a velocidade de 31,8 km/h diante da seleção de Camarões, no segundo jogo da Copa do Mundo, quando marcou dois gols na vitória por 4 a 1. Ao lado de Bernard, o camisa 10 brasileiro é o jogador mais bem colocado no ranking da Fifa.
Thiago Silva, Luiz Gustavo, Ramires, Willian, Fernandinho, Marcelo, Hulk e Maicon também ultrapassaram a marca de 30 km/h. Oscar é o dono da maior distância percorrida após os seis jogos disputados pela seleção: 60,7 quilômetros.