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Para se reconectar, se aventurar, se apaixonar: hospedagens para conhecer a diversidade brasileira

Dos mares aos rios, o Brasil é um destino perfeito para um encontro com a natureza

Hospedagens para ficar perto da natureza: conheça a diversidade brasileira. (Leandro Fonseca/Exame)

Hospedagens para ficar perto da natureza: conheça a diversidade brasileira. (Leandro Fonseca/Exame)

Carolina Gehlen
Carolina Gehlen

Head of Design

Publicado em 24 de junho de 2023 às 08h00.

Na vastidão territorial do Brasil, surgem gradientes de cor e luz que imprimem diferenças no cenário. Espalhadas por seis biomas, mais de 100 mil espécies animais e mais de 46 mil espécies vegetais desenham as mais diversas paisagens e sensações. No país com a maior diversidade do mundo, conheça três hospedagens para um encontro perfeito com a natureza.

Para se reconectar

É no segundo maior bioma do Brasil – e da América do Sul, que fica a Vila Cerrado. Um lugar para sentir-se acolhido na Chapada dos Veadeiros. Concebida pelo casal Melina Menghini e André Cardinali em meio à pandemia, a Vila nasceu na cidade de Alto Paraíso, como um espaço conectado à natureza, contribuindo para o turismo sustentável local. Além disso, é um refúgio de bem-estar e cura da alma, explica Melina.

O espaço combina o conceito de "hotel-casa" inspirado no cerrado. As acomodações com nomes de frutos e árvores formam uma vila charmosa com três casas e dois chalés, todas com serviços de hotelaria.

Casa Buriti na Vila Cerrado: um lugar para ser acolhido e alimentar a alma. (Vitor Ugo/Divulgação)

Logo na chegada, todos são recebidos com um ritual de boas-vindas com inspiração xamânica. Além disso, a propriedade mantém uma horta 100% orgânica à disposição dos hóspedes. Ervas medicinais, especiarias e hortaliças são dispostas em espiral conduzindo a alquimia do espaço.

As três casas-butiques, Copaíba, Jatobá e Buriti, têm 70 m2. Cada uma dispõe de cozinha gourmet e deck com vista para o jardim. Os banheiros privativos ao ar livre, possuem uma banheira de imersão esculpida em pedra natural. Como a natureza ao redor, a arquitetura das casas possui detalhes e texturas diversas e resgatam algumas técnicas dos quilombolas, como o pau a pique. A decoração utiliza trabalhos manuais assinados por artesãos locais e nacionais, como o trançado de palha, a cerâmica e o macramê. O conforto das instalações e o atendimento dedicado, convivem na medida certa com a rusticidade e a natureza. Os outros dois espaços são os chalés Baru e Pequi, ambos com 36 m2 de área privativa. Remetem a um espaço loft com ambientes integrados entre si.

O café da manhã é caseiro e regional, com iguarias servidas em estilo colonial. Há também o Café Sensus, uma experiência gastronômica sensorial inspirada no Slow Food e na medicina Ayurveda, que buscam uma reconexão com o ritmo da natureza. “Acreditamos que o alimento deve nutrir o corpo, alimentar a alma e regenerar o planeta”, afirma Melina.

Com clima predominante tropical sazonal, o cerrado apresenta duas estações bem definidas: invernos secos e verões chuvosos. No inverno, a região é tomada por dias de céu azul e muito sol, já no verão o volume de água nas cachoeiras é maior, um dos maiores atrativos da região.

Para criar uma conexão entre o turista e o bioma, a Vila proporciona uma expedição de turismo regenerativo, a Salve Cerrado, realizada em parceria com a Associação Cerrado de Pé, que contribui para a autonomia de 80 famílias da região.

Como chegar:
Rua 2, quadra 2, lote 17, Estância Paraíso, Alto Paraíso (GO).
A Vila Cerrado está há cerca de 250 km de Brasília e 450 Km de Goiânia.
@vila_cerrado

Para se aventurar

Na Amazônia, o maior bioma do mundo e do Brasil, fica o Mirante do Gavião. Localizado às margens do Rio Negro, em frente ao Parque Nacional de Anavilhanas — o segundo maior arquipélago fluvial do mundo.

Aberto em agosto de 2014, o hotel abriga 13 espaçosos bangalôs erguidos em madeira de lei que remetem à forma de barcos invertidos. O design interior incorpora material da floresta: revestimentos em fibras naturais, mobiliário de madeira nobre com detalhes em marchetaria, cestarias e outras peças de artesanato regional muitos deles criados pelos profissionais da Fundação Almerinda Malaquias, ONG que o hotel apoia e é patrono.

Rodeado pelo verde da floresta, o projeto sustentável assinado pelo Atelier O’Reilly Sustainable Strategies priorizou a adequação ao seu entorno: as construções têm pisos elevados que ajudam na permeabilidade do solo, iluminação e ventilação natural, energia solar e os resíduos orgânicos são sempre direcionados para compostagem. O paisagismo foi inspirado na expedição da botanista britânica Margareth Mee pela Amazônia, com mais de 70 plantas nativas e árvores frutíferas.

São três tipos de suítes: a casa na árvore com 20 m2 e varanda com vista panorâmica para o Rio Negro e o Parque Nacional de Anavilhanas. As unidades da categoria comfort têm 39 m2 e varanda com vista para a floresta. Ambas têm decoração com material natural local, como peças em marchetaria da Fundação Almerinda Malaquias. Já os bangalôs luxo têm 47 m2 e ampla varanda com vista para o Rio Negro.

Casa na Árvore, no Mirante do Gavião: vista para o Rio Negro. (Leandro Fonseca/Exame)

A Amazônia possui um clima predominantemente equatorial úmido. Durante o período de chuvas, que ocorre entre novembro e março, há uma maior quantidade de precipitação na região. No período de seca, que se estende de maio a setembro, ocorrem algumas mudanças na paisagem. Durante a estação seca, é comum a formação de pequenas praias nas margens dos rios, enquanto ilhotas emergem revelando árvores e galhos secos que estavam escondidos entre os canais. Na estação chuvosa, os igapós e igarapés se transformam em canais navegáveis, formando cursos de água que se estendem por toda a floresta. Nesse período, as margens se tornam mais verdes e atraentes.

Desde sua fundação, o hotel opera em comunhão com profissionais ribeirinhos nas atividades de ecoturismo, promovendo passeios e incursões pela floresta, observação de espécies da fauna e da flora amazônica, focagem noturna de jacarés, pesca de piranhas, trilhas guiadas, passeios de canoa pelos igapós e contemplação das praias.

Para a aventura ser completa, com o acompanhamento de um ornitólogo, o hotel propõe roteiros de birdwatchingde três a sete dias, contratados a parte, com o propósito exclusivo de avistar espécies pelos principais habitats da região.

Além dos roteiros pela selva, os hóspedes podem fazer a observação no interior da propriedade com lunetas disponibilizadas nas duas torres suspensas do Mirante do Gavião. Antes do nascer do sol, de cima do píer, é possível ver espécies aquáticas como trinta-réis e águia-pescadora.

Das mesas do Restaurante Camu-camu, é possível ver o vaim dos barcos singrando pelo rio e o píer do hotel que, com frequência regular, é também local de partida e chegada das viagens fluviais da Expedição Katerre, empresa de ecoturismo que tem como proposta uma vivência profunda e genuína de contato com a floresta, em roteiros de quatro, cinco, sete ou oito dias Rio Negro adentro.

Como chegar:
Novo Airão, Amazonas – município na margem direita do Rio Negro.
São 180 km de Manaus.
mirantedogaviao.com.br | @mirantedogaviao

Para se apaixonar

Localizado na costa do Rio de Janeiro, na Região dos Lagos, a Vila d'Este é um pequeno refúgio com três décadas de história e amor por Búzios. O charmoso hotel oferece apenas 20 suítes e se dedica a criar experiências únicas, com atenção aos detalhes e a excelência nos serviços.

Com uma vista ampla para o mar, a Vila d'Este foi construída de um antigo casarão rural situado em um morro. Durante a reconstrução do hotel, toda a estrutura original do casarão foi preservada, com o salão principal se tornando parte da estrutura atual, e os estábulos sendo convertidos nos quartos da categoria Classic.

Vila d’Este é um hotel romântico que nasceu da paixão de uma família argentina por esse pedaço do Rio de Janeiro. Andar pelo hotel é sentir-se em casa, e o amor à arte de receber está por todos os lados. Um sentimento que move a equipe da propriedade.

Vila d'Este, em Búzios: pôr do sol no Atlântico. (Marcelo Isola/Divulgação)

Desde o início, a proposta do lugar foi preservar a essência encantadora da vila de pescadores, proporcionando aos hóspedes um refúgio acolhedor, com vistas deslumbrantes e um clima intimista com experiências autorais, complementa o diretor financeiro da propriedade, Gabriel Ronchi Angelo.

A Vila conta com jardins de plantas nativas, charmosos espaços de convívio social e um dos mais prestigiados restaurantes da região, o Altto Ristorante, conhecido por reinterpretar a gastronomia italiana. A localização privilegiada na Baía da Armação, transformam o hotel e o oceano em um corpo único. O pôr do sol pode ser apreciado a partir de um deck sobre a Orla Bardot.

As aconchegantes suítes são distribuídas em cinco categorias: Classic, Vila com banheira, Vila frente mar, Suíte Premium frente mar com jacuzzi e Suíte Máster frente mar com jacuzzi. Todas decoradas de forma individual com peças garimpadas em diferentes países.

O hotel também adota medidas sustentáveis, como a instalação de um sistema de energia fotovoltaica, que gera cerca de 68% do consumo total por meio de energia solar. Além disso, a filtragem e ionização das piscinas, reduz em 70% o uso de produtos químicos. A Vila também substituiu as garrafas plásticas de uso único por garrafas retornáveis.

Para sentir ainda mais a natureza, o projeto Sentiero convida os hóspedes a conhecerem uma Búzios cheia de história e tradição. Passeios detraineira, mergulho nas águas ou uma volta de canoa havaiana na orla estão entre as atividades que o programa oferece.

Como chegar:
Alto do Humaitá, 210, Búzios (RJ)
www.viladeste.com.br | @viladestebuzios

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