Oito candidatos duelam por presidência da Fifa
A crise na Fifa provocou surpresas no momento da validação das candidaturas à presidência da entidade
Da Redação
Publicado em 26 de outubro de 2015 às 20h58.
Lausana - A crise na Fifa , sacudida por escândalos de corrupção e negociatas, provocou surpresas no momento da validação das candidaturas à presidência da entidade, com oito candidatos já oficializados.
. Infantino/Platini: Brutus e César
O aprendiz toma o lugar do mestre: os boatos na Uefa acabaram se confirmando. O Comitê Executivo da poderosa Confederação Europeia, que havia reiterado o apoio a Michel Platini há 10 dias, anunciou uma repentina mudança de caminho, lançando a candidatura de Gianni Infantino à presidência da Fifa. É preciso dizer que Platini, ex-favorito, vive hoje situação desconfortável.
Apesar de estar suspenso por 90 dias, até 5 de janeiro, o ex-jogador da seleção francesa manteve a candidatura, enquanto espera a decisão final da justiça esportiva. A Comissão Eleitoral da Fifa, que não estudará a legalidade da candidatura de Platini até o fim da suspensão, sempre terá a possibilidade de invalidar os planos do francês na base do critério de integridade.
A Uefa, que já falava em 15 de outubro em "um plano B", decidiu lançar Infantino, num momento em que o nome de Michael van Praag, presidente da Federação Holandesa, também era cogitado. Para uma fonte da AFP na entidade europeia, "é impressionante que nenhum presidente de uma Federação Europeia tenha a ambição de concorrer".
. Salman e Sexwale, dois pesos pesados
O Xeque Salman, membro da família real do Bahrein e presidente da Confederação Asiática (AFC) desde 2013, conhece bem a Fifa, na qual ocupa um dos assentos de vice-presidente. Aos 49 anos, ele vinha apoiando Platini e será preciso esperar para ver se um eixo Europa-Ásia pode se desenhar para apoiar Infantino, que poderia também acabar se tornando secretário-geral do Xeque Salman.
Salman, porém, pode ser prejudicado pelo fato do Bahrein ser duramente criticado por organizações internacionais de Direitos Humanos pela repressão violenta das manifestações democráticas no país em 2011, o que pode afastar as federações europeias.
Outro candidato de peso, o sul-africano Tokyo Sexwale, é um ex-companheiro de luta e de cela de Nelson Mandela. O empresário sul-africano, visto como herói no país pela luta contra o apartheid, não tem forte ligação com o mundo do futebol (só passou a trabalhar no meio quando ajudou a candidatura da África do Sul para sediar a Copa do Mundo de 2010), o que pode acabar se tornando uma vantagem, em meio ao desejo mundial de uma renovação no esporte, após o mega-escândalo de corrupção que abalou a Fifa.
O problema é que fontes próximas à entidade alertam que o presidente interino da entidade, Issa Hayatou, manda-chuva do futebol africano desde 1987, não vê com bons olhos a chegada de um rival do mesmo continente.
. Quatro candidatos de menor porte
Os quatro meses que faltam até a eleição de 26 de fevereiro prometem reservar muitas surpresas. Mas, por enquanto, os quatro outros candidatos encontrarão muita dificuldade para se fazerem ouvir.
O príncipe jordaniano Ali, meio-irmão do rei Abdullah e único adversário de Blatter na eleição de 29 de maio, fundamenta a campanha no fato de ter conseguido levar o mandatário suíço ao segundo turno, antes de se retirar da corrida pela presidência da Fifa. Na época, porém, Ali contava com o apoio da Uefa, que hoje aposta em Infantino e sequer menciona Platini em seus comunicados...
O francês Jérôme Champagne, que desta vez encontrou o apoio necessário de cinco federações, passou 11 anos na Fifa (de 1999 a 2010), o que considera ser fundamental. "Para pôr em prática as reformas, é preciso alguém que conheça a instituição por dentro", garante. Este ex-diplomata, torcedor do Saint-Etienne e sócio do Barcelona que por muito tempo ficou encarregado das relações internacionais da Fifa, conhece como a palma da mão cada uma das 209 federações filiadas à Fifa.
David Nakhid, ex-capitão da seleção de Trinidade e Tobago, precisa superar a clara falta de notoriedade, assim como o presidente da Federação da Libéria, Musa Bility.
Os postulantes têm até meia-noite desta segunda-feira (21h no horário de Brasília) para oficializar as candidaturas. O suíço Michel Zen Ruffinen, ex-secretário-geral da Fifa, afirmou à AFP nesta segunda-feira que "avalia a situação, tendo em vista os novos acontecimentos".
Zico, ex-craque da seleção brasileira, segue na busca pelo apoio necessário de cinco federações para oficializar a candidatura.
Lausana - A crise na Fifa , sacudida por escândalos de corrupção e negociatas, provocou surpresas no momento da validação das candidaturas à presidência da entidade, com oito candidatos já oficializados.
. Infantino/Platini: Brutus e César
O aprendiz toma o lugar do mestre: os boatos na Uefa acabaram se confirmando. O Comitê Executivo da poderosa Confederação Europeia, que havia reiterado o apoio a Michel Platini há 10 dias, anunciou uma repentina mudança de caminho, lançando a candidatura de Gianni Infantino à presidência da Fifa. É preciso dizer que Platini, ex-favorito, vive hoje situação desconfortável.
Apesar de estar suspenso por 90 dias, até 5 de janeiro, o ex-jogador da seleção francesa manteve a candidatura, enquanto espera a decisão final da justiça esportiva. A Comissão Eleitoral da Fifa, que não estudará a legalidade da candidatura de Platini até o fim da suspensão, sempre terá a possibilidade de invalidar os planos do francês na base do critério de integridade.
A Uefa, que já falava em 15 de outubro em "um plano B", decidiu lançar Infantino, num momento em que o nome de Michael van Praag, presidente da Federação Holandesa, também era cogitado. Para uma fonte da AFP na entidade europeia, "é impressionante que nenhum presidente de uma Federação Europeia tenha a ambição de concorrer".
. Salman e Sexwale, dois pesos pesados
O Xeque Salman, membro da família real do Bahrein e presidente da Confederação Asiática (AFC) desde 2013, conhece bem a Fifa, na qual ocupa um dos assentos de vice-presidente. Aos 49 anos, ele vinha apoiando Platini e será preciso esperar para ver se um eixo Europa-Ásia pode se desenhar para apoiar Infantino, que poderia também acabar se tornando secretário-geral do Xeque Salman.
Salman, porém, pode ser prejudicado pelo fato do Bahrein ser duramente criticado por organizações internacionais de Direitos Humanos pela repressão violenta das manifestações democráticas no país em 2011, o que pode afastar as federações europeias.
Outro candidato de peso, o sul-africano Tokyo Sexwale, é um ex-companheiro de luta e de cela de Nelson Mandela. O empresário sul-africano, visto como herói no país pela luta contra o apartheid, não tem forte ligação com o mundo do futebol (só passou a trabalhar no meio quando ajudou a candidatura da África do Sul para sediar a Copa do Mundo de 2010), o que pode acabar se tornando uma vantagem, em meio ao desejo mundial de uma renovação no esporte, após o mega-escândalo de corrupção que abalou a Fifa.
O problema é que fontes próximas à entidade alertam que o presidente interino da entidade, Issa Hayatou, manda-chuva do futebol africano desde 1987, não vê com bons olhos a chegada de um rival do mesmo continente.
. Quatro candidatos de menor porte
Os quatro meses que faltam até a eleição de 26 de fevereiro prometem reservar muitas surpresas. Mas, por enquanto, os quatro outros candidatos encontrarão muita dificuldade para se fazerem ouvir.
O príncipe jordaniano Ali, meio-irmão do rei Abdullah e único adversário de Blatter na eleição de 29 de maio, fundamenta a campanha no fato de ter conseguido levar o mandatário suíço ao segundo turno, antes de se retirar da corrida pela presidência da Fifa. Na época, porém, Ali contava com o apoio da Uefa, que hoje aposta em Infantino e sequer menciona Platini em seus comunicados...
O francês Jérôme Champagne, que desta vez encontrou o apoio necessário de cinco federações, passou 11 anos na Fifa (de 1999 a 2010), o que considera ser fundamental. "Para pôr em prática as reformas, é preciso alguém que conheça a instituição por dentro", garante. Este ex-diplomata, torcedor do Saint-Etienne e sócio do Barcelona que por muito tempo ficou encarregado das relações internacionais da Fifa, conhece como a palma da mão cada uma das 209 federações filiadas à Fifa.
David Nakhid, ex-capitão da seleção de Trinidade e Tobago, precisa superar a clara falta de notoriedade, assim como o presidente da Federação da Libéria, Musa Bility.
Os postulantes têm até meia-noite desta segunda-feira (21h no horário de Brasília) para oficializar as candidaturas. O suíço Michel Zen Ruffinen, ex-secretário-geral da Fifa, afirmou à AFP nesta segunda-feira que "avalia a situação, tendo em vista os novos acontecimentos".
Zico, ex-craque da seleção brasileira, segue na busca pelo apoio necessário de cinco federações para oficializar a candidatura.