O que os 125 anos de Mercedes no automobilismo traz para seu carro
Montadora que domina a F1 tem histórico forte de presença nas competições de automobilismo, completando 125 anos de história
Rodrigo França
Publicado em 21 de julho de 2019 às 07h00.
Última atualização em 21 de julho de 2019 às 07h00.
Indianápolis - O esporte a motor nasceu no exato momento em que o segundo carro do mundo foi construído. A icônica frase mostra a essência competitiva da indústria automobilística. E foi neste contexto dos primórdios do automóvel que a Mercedes , hoje dominante na Fórmula 1 , entrou nas pistas, mais precisamente em 1894 na França, na primeira corrida de automóveis da história, entre as cidades de Paris e Rouen.
Para mostrar quanto deste aprendizado nas pistas está presente nos carros de rua, EXAME VIP foi até Indianápolis, nos Estados Unidos, testar o novo Mercedes-AMG E 53 4MATIC+, aposta da marca para combinar performance com esportividade e eficiência.
Convenhamos: a julgar pelo que os alemães fazem na F1, estas palavras já carregam o DNA do automóvel. Desde 2014, quando a principal categoria do automobilismo mundial introduziu a nova era turbo, com motores híbridos (com recuperação de energia), a Mercedes conquistou todos os títulos, sendo 4 com Lewis Hamilton e 1 com Nico Rosberg. No campeonato de 2019, o time lidera com dobradinha, com o britânico à frente de seu companheiro de equipe, Valtteri Bottas.
E é justamente desta tecnologia utilizada há seis temporada na F1 um dos diferenciais do carro. Com foco no desempenho topo de linha e na eletrificação inteligente, o Mercedes-AMG E 53 inaugura o novo motor de seis cilindros em linha com tecnologia EQ Boost: o motor eletrificado com 3.0 litros, alimentado por um duplo compressor atuado pelos gases de exaustão e um inédito compressor elétrico auxiliar.
Com isso, o motor disponibiliza 435 cavalos de potência e um torque máximo de 520 Nm, além de contar com o auxílio do motor de arranque/alternador EQ Boost, que pode fornecer 22 cv de potência adicional. Adivinhem de onde veio o conceito de “push” extra para os carros? Das competições, claro: a F1 adotou por muitos anos o botão KERS e hoje a Indy e Stock Car usam o sistema “push-to-pass”, em que o piloto aperta no volante um comando para facilitar a ultrapassagem com o ganho extra de potência.
Na avaliação feita nas estradas norte-americanas, o sistema se mostrou bastante eficiente. De Chicago, berço da famosa “Rota 66”, até Indianápolis, palco da corrida mais antiga do mundo, as 500 Milhas, o arranque era forte o suficiente para imaginar como seria bom o teste nas estradas alemãs – lá sim sem limite de velocidade. Luxo e conforto já eram esperados no novo modelo Mercedes-AMG E53, mas de fato a esportividade surpreende, ainda que o visual do carro chame bastante atenção, mesmo na “capital mundial do automobilismo”, como Indianápolis se auto-proclama. O modelo já está disponível no Brasil, com preço a partir de R$ 571.900.
Um dos segredos para uma performance digna dos novos motores híbridos da F1 é o motor de arranque EQ Boost, que combina o motor de partida ao alternador. Instalado entre o motor e a transmissão, este recurso melhora ainda mais a performance e o dinamismo de condução, reduzindo o consumo de combustível e as emissões.
Se o papo pareceu muito tecnológico, saiba que outros itens do Mercedes AMG E53 também trazem o aprendizado das competições – mas não da atual F1, e sim de décadas de automobilismo que hoje já incorporam inovações que parecem “banais”. Exemplo: a troca de marchas atrás do volante, pioneira na Ferrari de Nigel Mansell e Alain Prost em 1989 e hoje presente até mesmo em sedãs de classe média. O mesmo pode ser dito dos freios ABS.
Incrível mesmo é chegar a Indianápolis e conferir no museu das 500 Milhas os carros de 1911, entre eles o do vencedor da prova, que inventou pela primeira vez justamente o espelho retrovisor! De certa maneira, nada mais coerente para observar o passado e ver que, em 125 anos de história , todo esta gana em querer ser o mais rápido do mundo pode hoje ajudar a dar mais segurança e, claro, dar prazer ao dirigir a milhões de motoristas no mundo todo.