O mundo pós-coronavírus: as impressões de Priscila Cruz para a educação
"A educação de todas as crianças e os jovens deveria contar com uma governança global"
Murilo Bomfim
Publicado em 11 de abril de 2020 às 14h28.
Última atualização em 10 de junho de 2020 às 17h41.
Para a presidente executiva do Todos Pela Educação Priscila Cruz, a cooperação entre países pode ser a chave para superar os efeitos da pandemia.
Que mundo encontraremos após a pandemia do coronavírus ? Que lições teremos aprendido? Como passaremos a lidar com a saúde? Como ficarão aspectos do cotidiano, como as relações de afeto, o mercado de consumo, a espiritualidade? E a economia? Ninguém tem ainda essas respostas. O resultado vai depender de nossa compreensão dos acontecimentos, dos posicionamentos da sociedade civil, das atitudes socialmente responsáveis das empresas, dos caminhos adotados pelos governantes. Em resumo: vai depender de nós. Para tentar antecipar esses cenários, falamos com especialistas em diversas áreas. O resultado você confere nesta reportagem da edição 1207. Nos próximos dias, continuaremos o debate com outros especialistas aqui no site.
A seguir, o depoimento de Priscila Cruz:
O fechamento de escolas no Brasil e no mundo deixa ainda mais evidente as desigualdades educacionais e a capacidade de resposta para crises de diferentes governos e sistemas. Me atenho, no entanto, ao que pode ou deveria ser o legado da pandemia na educação.
Está muito claro que, por ser um bem e valor com imensos efeitos positivos para todos os cidadãos de um país e do mundo, a Educação de todas as crianças e os jovens deveria contar com uma governança global, uma vez que a cooperação entre países pode ser a chave para superarmos os imensos efeitos da pandemia. Da mesma forma que o avanço científico na medicina deve beneficiar a todos, as soluções – tecnológicas ou não – para garantir a aprendizagem de todos os alunos deve ser produzida de forma colaborativa e compartilhada com todas as nações.
Aqui no Brasil, o mesmo precisa acontecer. Não há razão para as soluções exitosas não serem de todos. Cada vez mais, temos que dividir o êxito.
Em tempo de crise, ainda mais dessa dimensão atual, o pior que pode acontecer é o uso egoísta para fins políticos. Agora é hora de despirmos as ambições pessoais e perseguirmos um objetivo único.