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"O Grande Herói" recria ações militares no Afeganistão

História do filme se concentra na mecânica de sobrevivência dos personagens, cujos diálogos são apenas para assegurar se está tudo bem após ataques

Filme "O Grande Herói": centro do filme é ação, balas, mortes, mais ação, mais balas, mais gente morrendo (Divulgação / Paris Filmes)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de março de 2014 às 18h10.

São Paulo - Os Estados Unidos muitas vezes se proclamam defensores do mundo, espalhando seus chamados conceitos de democracia e liberdade. Está na sua essência a ideologia que leva o nome de "excepcionalismo americano", o que tem um preço alto. Não apenas financeiro, mas também de vidas de jovens norte-americanos que morrem tentando "salvar" um país que não o seu, sem contar as perdas locais. Filmes como "O Grande Herói" funcionam um pouco como uma bula explicativa, justificando o alto custo humano da política externa do país.

O centro do filme, no entanto, é ação, balas, mortes, mais ação, mais balas, mais gente morrendo. Os créditos iniciais são ilustrados com imagens supostamente reais do treinamento dos SEALs (membros da marinha norte-americana designados para operações especiais) - grupo ao qual pertencem os personagens do longa, baseado num livro de memórias de Marcus Luttrell, o herói do título, e único sobrevivente numa missão no Afeganistão, em meados da década passada.

O diretor Peter Berg ("Battleship - A batalha dos mares", "Hancock") não perde muito tempo com preâmbulos. Os primeiros minutos dão conta de mostrar a equipe que está em terra afegã, que inclui um superior, Erik (Eric Bana), e também Luttrell (Mark Wahlberg), Michael Murphy (Taylor Kitsch), Axe Axelson (Ben Foster) e Danny Dietz (Emile Hirsch). Os rapazes são deixados numa montanha, de onde deverão partir para localizar e matar um líder do Taliban, que se acredita estar no vilarejo ali próximo.

A questão é que terão de tomar uma decisão moral difícil ao serem descobertos por um grupo de pastores de cabras. O que fazer? Capturá-los? Deixá-los ir embora? Ou simplesmente se livrar deles, matando-os? Berg, como dito, não está interessado em implicações políticas, mas no realismo do momento, concentrando-se no combate, nas batalhas, mortes e vitórias. Ao pé da montanha está um grupo de afegãos divididos entre inimigos (opressores) e possíveis aliados (oprimidos).

A história concentra-se, então, na mecânica de sobrevivência desses personagens, cujos diálogos, em boa parte, são apenas para assegurar se está tudo bem após algum ataque inimigo. Essa dinâmica, que independe de posição ideológica, pois está mais para instinto, é responsável pela tensão do filme, que, quando pensado para além das cenas de ação, tem muito material de reflexão a oferecer.

//www.youtube.com/embed/-kUN1kbsgRE?feature=player_detailpage

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São Paulo - Os Estados Unidos muitas vezes se proclamam defensores do mundo, espalhando seus chamados conceitos de democracia e liberdade. Está na sua essência a ideologia que leva o nome de "excepcionalismo americano", o que tem um preço alto. Não apenas financeiro, mas também de vidas de jovens norte-americanos que morrem tentando "salvar" um país que não o seu, sem contar as perdas locais. Filmes como "O Grande Herói" funcionam um pouco como uma bula explicativa, justificando o alto custo humano da política externa do país.

O centro do filme, no entanto, é ação, balas, mortes, mais ação, mais balas, mais gente morrendo. Os créditos iniciais são ilustrados com imagens supostamente reais do treinamento dos SEALs (membros da marinha norte-americana designados para operações especiais) - grupo ao qual pertencem os personagens do longa, baseado num livro de memórias de Marcus Luttrell, o herói do título, e único sobrevivente numa missão no Afeganistão, em meados da década passada.

O diretor Peter Berg ("Battleship - A batalha dos mares", "Hancock") não perde muito tempo com preâmbulos. Os primeiros minutos dão conta de mostrar a equipe que está em terra afegã, que inclui um superior, Erik (Eric Bana), e também Luttrell (Mark Wahlberg), Michael Murphy (Taylor Kitsch), Axe Axelson (Ben Foster) e Danny Dietz (Emile Hirsch). Os rapazes são deixados numa montanha, de onde deverão partir para localizar e matar um líder do Taliban, que se acredita estar no vilarejo ali próximo.

A questão é que terão de tomar uma decisão moral difícil ao serem descobertos por um grupo de pastores de cabras. O que fazer? Capturá-los? Deixá-los ir embora? Ou simplesmente se livrar deles, matando-os? Berg, como dito, não está interessado em implicações políticas, mas no realismo do momento, concentrando-se no combate, nas batalhas, mortes e vitórias. Ao pé da montanha está um grupo de afegãos divididos entre inimigos (opressores) e possíveis aliados (oprimidos).

A história concentra-se, então, na mecânica de sobrevivência desses personagens, cujos diálogos, em boa parte, são apenas para assegurar se está tudo bem após algum ataque inimigo. Essa dinâmica, que independe de posição ideológica, pois está mais para instinto, é responsável pela tensão do filme, que, quando pensado para além das cenas de ação, tem muito material de reflexão a oferecer.

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