Não houve pressão política em escolha do Oscar, diz cineasta
Desde o anúncio de Pequeno Segredo como o representante brasileiro para o Oscar de 2017, no último dia 12, a escolha tem gerado discussão acalorada
Da Redação
Publicado em 15 de setembro de 2016 às 18h43.
Segundo o cineasta Bruno Barreto, 61, o resultado de Pequeno Segredo como representante do Brasil no Oscar poderia ter sido diferente.
"Me arrependo de não ter cancelado a votação", disse em entrevista ao Estadão.
O diretor contou que dois membros faltaram ao encontro no qual houve a discussão sobre as obras inscritas: Adriana Rattes, ex-secretária de Cultura do Rio, e a cineasta Carla Camurati, votaram à distância.
"Isso teve influência no resultado final", disse o diretor.
Barreto presidiu a comissão da Secretaria do Audiovisual (SAv), do Ministério da Cultura (MinC), cuja votação selecionou o filme de David Schurmann – em vez do então predileto Aquarius, de Kleber Mendonça Filho.
Desde o anúncio de Pequeno Segredo como o representante brasileiro para o Oscar de 2017, no último dia 12, a escolha tem gerado discussão acalorada.
O filme de Mendonça Filho tem relacionamento complicado com o governo Temer (PMDB), começando pelo protesto no Festival de Cannes em maio, no qual a equipe protestou contra o impeachment de Dilma Rousseff (PT), classificando-o como "golpe", e a posterior classificação etária de 18 anos dada ao longa pelo Ministério da Justiça. Após mais protestos, foi diminuída para 16.
Barreto, entretanto, reforçou na mesma entrevista que o resultado final é legítimo: "Está havendo um preconceito com o resultado, um 'não vi, não gostei'".
Ao jornal O Globo, ele enfatizou que não houve pressão política na decisão e que o próprio ministro da Cultura, Marcelo Calero, gostou de Aquarius.
"A ausência delas [Camurati e Rattes] me deixou muito irritado porque gera um monte de teorias de conspiração que não são verdadeiras", disse.
Votos e contratempo
A coluna de Ancelmo Gois, no mesmo jornal, descobriu o voto de cada membro da comissão.
Votaram a favor do filme de Schurmann George Torquato Firmeza, Luiz Alberto Rodrigues, Marcos Petrucelli, Paulo de Tarso Basto Menelau e Sylvia Regina Bahiense.
Já a favor da obra de Mendonça Filho, houve votos de Camurati, Rattes, Silvia Rabello e do próprio Barreto.
Petrucelli é publicamente avesso à obra do cineasta pernambucano.
A diretora do sucesso Carlota Joaquina: Princesa do Brazil (1995) contou ao Globo que não pode comparecer à discussão pois, embora já estivesse no aeroporto Santos Dumont, seu voo teve um problema de "overbooking".
Naquele momento, Aquarius e Pequeno Segredo tinham um empate de quatro votos cada; Nise – O Coração da Loucura tinha um só voto.
Camurati disse que, consensualmente, a comissão decidiu que ela poderia mandar seu voto à distância. "Poderiam ter me acionado, me dito que havia um impasse, que me esperariam chegar pra resolver", afirmou.
Barreto disse que a colega deu uma "desculpa esfarrapada". Já ela preferiu não comentar a fala do cineasta, pois o considera uma pessoal da qual "gosta muito".
"Estão tentando politizar uma decisão que não foi política, mas cinematográfica", afirmou a diretora, que também enfatizou que não houve pressão política.
Rattes avisou com antecedência que não iria ao encontro.
Segundo o cineasta Bruno Barreto, 61, o resultado de Pequeno Segredo como representante do Brasil no Oscar poderia ter sido diferente.
"Me arrependo de não ter cancelado a votação", disse em entrevista ao Estadão.
O diretor contou que dois membros faltaram ao encontro no qual houve a discussão sobre as obras inscritas: Adriana Rattes, ex-secretária de Cultura do Rio, e a cineasta Carla Camurati, votaram à distância.
"Isso teve influência no resultado final", disse o diretor.
Barreto presidiu a comissão da Secretaria do Audiovisual (SAv), do Ministério da Cultura (MinC), cuja votação selecionou o filme de David Schurmann – em vez do então predileto Aquarius, de Kleber Mendonça Filho.
Desde o anúncio de Pequeno Segredo como o representante brasileiro para o Oscar de 2017, no último dia 12, a escolha tem gerado discussão acalorada.
O filme de Mendonça Filho tem relacionamento complicado com o governo Temer (PMDB), começando pelo protesto no Festival de Cannes em maio, no qual a equipe protestou contra o impeachment de Dilma Rousseff (PT), classificando-o como "golpe", e a posterior classificação etária de 18 anos dada ao longa pelo Ministério da Justiça. Após mais protestos, foi diminuída para 16.
Barreto, entretanto, reforçou na mesma entrevista que o resultado final é legítimo: "Está havendo um preconceito com o resultado, um 'não vi, não gostei'".
Ao jornal O Globo, ele enfatizou que não houve pressão política na decisão e que o próprio ministro da Cultura, Marcelo Calero, gostou de Aquarius.
"A ausência delas [Camurati e Rattes] me deixou muito irritado porque gera um monte de teorias de conspiração que não são verdadeiras", disse.
Votos e contratempo
A coluna de Ancelmo Gois, no mesmo jornal, descobriu o voto de cada membro da comissão.
Votaram a favor do filme de Schurmann George Torquato Firmeza, Luiz Alberto Rodrigues, Marcos Petrucelli, Paulo de Tarso Basto Menelau e Sylvia Regina Bahiense.
Já a favor da obra de Mendonça Filho, houve votos de Camurati, Rattes, Silvia Rabello e do próprio Barreto.
Petrucelli é publicamente avesso à obra do cineasta pernambucano.
A diretora do sucesso Carlota Joaquina: Princesa do Brazil (1995) contou ao Globo que não pode comparecer à discussão pois, embora já estivesse no aeroporto Santos Dumont, seu voo teve um problema de "overbooking".
Naquele momento, Aquarius e Pequeno Segredo tinham um empate de quatro votos cada; Nise – O Coração da Loucura tinha um só voto.
Camurati disse que, consensualmente, a comissão decidiu que ela poderia mandar seu voto à distância. "Poderiam ter me acionado, me dito que havia um impasse, que me esperariam chegar pra resolver", afirmou.
Barreto disse que a colega deu uma "desculpa esfarrapada". Já ela preferiu não comentar a fala do cineasta, pois o considera uma pessoal da qual "gosta muito".
"Estão tentando politizar uma decisão que não foi política, mas cinematográfica", afirmou a diretora, que também enfatizou que não houve pressão política.
Rattes avisou com antecedência que não iria ao encontro.