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Mostra Internacional de SP estreia nesta sexta-feira

Serão 379 filmes, sendo 80 nacionais, que farão parte da maratona de cinema em São Paulo

Gravura da Christiane Kubrick, viúva do famoso diretor que terá uma retrospectiva nesta edição da mostra, virou pôster do evento (Divulgação/Mostra Internacional de Cinema)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de outubro de 2013 às 11h29.

São Paulo - Ainda não será desta vez que Renata Almeida vai fazer a Mostra enxuta com que sonha. Seu ideal seriam cerca de 200 filmes , para dar ao público a possibilidade de uma escolha mais serrada. Mesmo assistindo a quatro/cinco filmes por dia, durante as duas semanas do evento, nem o mais turbinado dos cinéfilos consegue ver mais de 60 títulos - ou 70, exagerando.

Mas o perfil de maratona faz parte das tradições da Mostra, e a 37.ª edição terá quase o dobro do sonhado pela diretora artística Renata - 379. Só nacionais, serão 80.

Do ponto de vista de Renata, a realização da Mostra pode-se resumir numa palavra - desafio. Durante anos, como fiel escudeira de Leon Cakoff, ela foi imprimindo sua marca, participando das decisões. Mas, agora, é a sra. Mostra, e não é brincadeira colocar de pé um festival de cinema tão grande.

São necessários apoiadores, conselheiros, patrocinadores, mas, no limite, é o olhar dela, a decisão dela, que conta. Do ponto de vista do espectador, do cinéfilo, a palavra definidora talvez seja dúvida, ou indecisão. Como escolher, entre tanta oferta, o que ver?

A Mostra começa nesta quinta-feira, 17, para convidados, com Inside Llewyn Davis, dos irmãos Coen. A partir de amanhã, 18 - e em 28 locais de exibição pela cidade -, o público vai ter de escolher. Competição de novos diretores, perspectivas do cinema mundial, apresentações especiais, retrospectivas, Mostra Brasil.

Você vai poder ver muitas novidades - os novos filmes de Jia Zhang-ke, Tsai Ming-liang e Amos Gitai, todos amigos da Mostra. Mas como resistir às retrospectivas de Stanley Kubrick, Lav Diaz, Eduardo Coutinho e Yasujiro Ozu? Como deixar de prestigiar a janela que a Mostra abre sobre a obra de outro (velho) amigo, Manoel de Oliveira, com a exposição no Museu Tomie Ohtake?


Há um filme de Lav Diaz que dura 11 horas, Evolução de Uma Família Filipina. Para vê-lo, você gastará um dia útil inteiro, mas como resistir a essa oportunidade rara, senão única? No lounge montado no anexo do Espaço Augusta, você também poderá participar de encontros e debates.

Quando você terá outra oportunidade de debater O Sol por Testemunha, de René Clément, com um erudito como o crítico francês Michel Ciment? De novo, a dúvida - para ver o debate, você estará perdendo algum filme, quem sabe o filme de sua vida, o filme da Mostra deste ano?

Na verdade, é tudo isso que faz a excitação da Mostra. Nestes 37 anos, nunca é demais lembrar que o evento - e seu criador, Leon Cakoff - enfrentaram a censura do regime militar e a do próprio mercado, provando que há, sim, público interessado no cinema autoral, e de arte. No geral, é preciso um recuo de tempo para poder dizer com certeza se tal novo filme vai mesmo marcar o cinema.

As retrospectivas e apresentações especiais são outra coisa. Escolha seu Kubrick, que pode ser Doutor Fantástico, 2001 e. por que não?. Barry Lindon. A viúva de Kubrick, Christiane, não só estará hoje na abertura para convidados - com o filme dos Coen -, como forneceu a aquarela que, animada, virou a vinheta de 2013.

Só amanhã - no dia em que a Mostra decola para o público -, você poderá (re)ver A Rotina Tem Seu Encanto, de Ozu, e o segundo maior filme de Alain Resnais, sendo o primeiro (sempre), para o repórter, Hiroshima, Meu Amor. Esse segundo é Providence, que, como a obra-prima de Ozu, passa em versão restaurada.

E ainda sobre Ozu, a Mostra traz o remake de Era Uma Vez em Tóquio, que virou Uma Família em Tóquio, de Yoji Yamada. Preparado(a)? A maratona de cinema (re)começa.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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São Paulo - Ainda não será desta vez que Renata Almeida vai fazer a Mostra enxuta com que sonha. Seu ideal seriam cerca de 200 filmes , para dar ao público a possibilidade de uma escolha mais serrada. Mesmo assistindo a quatro/cinco filmes por dia, durante as duas semanas do evento, nem o mais turbinado dos cinéfilos consegue ver mais de 60 títulos - ou 70, exagerando.

Mas o perfil de maratona faz parte das tradições da Mostra, e a 37.ª edição terá quase o dobro do sonhado pela diretora artística Renata - 379. Só nacionais, serão 80.

Do ponto de vista de Renata, a realização da Mostra pode-se resumir numa palavra - desafio. Durante anos, como fiel escudeira de Leon Cakoff, ela foi imprimindo sua marca, participando das decisões. Mas, agora, é a sra. Mostra, e não é brincadeira colocar de pé um festival de cinema tão grande.

São necessários apoiadores, conselheiros, patrocinadores, mas, no limite, é o olhar dela, a decisão dela, que conta. Do ponto de vista do espectador, do cinéfilo, a palavra definidora talvez seja dúvida, ou indecisão. Como escolher, entre tanta oferta, o que ver?

A Mostra começa nesta quinta-feira, 17, para convidados, com Inside Llewyn Davis, dos irmãos Coen. A partir de amanhã, 18 - e em 28 locais de exibição pela cidade -, o público vai ter de escolher. Competição de novos diretores, perspectivas do cinema mundial, apresentações especiais, retrospectivas, Mostra Brasil.

Você vai poder ver muitas novidades - os novos filmes de Jia Zhang-ke, Tsai Ming-liang e Amos Gitai, todos amigos da Mostra. Mas como resistir às retrospectivas de Stanley Kubrick, Lav Diaz, Eduardo Coutinho e Yasujiro Ozu? Como deixar de prestigiar a janela que a Mostra abre sobre a obra de outro (velho) amigo, Manoel de Oliveira, com a exposição no Museu Tomie Ohtake?


Há um filme de Lav Diaz que dura 11 horas, Evolução de Uma Família Filipina. Para vê-lo, você gastará um dia útil inteiro, mas como resistir a essa oportunidade rara, senão única? No lounge montado no anexo do Espaço Augusta, você também poderá participar de encontros e debates.

Quando você terá outra oportunidade de debater O Sol por Testemunha, de René Clément, com um erudito como o crítico francês Michel Ciment? De novo, a dúvida - para ver o debate, você estará perdendo algum filme, quem sabe o filme de sua vida, o filme da Mostra deste ano?

Na verdade, é tudo isso que faz a excitação da Mostra. Nestes 37 anos, nunca é demais lembrar que o evento - e seu criador, Leon Cakoff - enfrentaram a censura do regime militar e a do próprio mercado, provando que há, sim, público interessado no cinema autoral, e de arte. No geral, é preciso um recuo de tempo para poder dizer com certeza se tal novo filme vai mesmo marcar o cinema.

As retrospectivas e apresentações especiais são outra coisa. Escolha seu Kubrick, que pode ser Doutor Fantástico, 2001 e. por que não?. Barry Lindon. A viúva de Kubrick, Christiane, não só estará hoje na abertura para convidados - com o filme dos Coen -, como forneceu a aquarela que, animada, virou a vinheta de 2013.

Só amanhã - no dia em que a Mostra decola para o público -, você poderá (re)ver A Rotina Tem Seu Encanto, de Ozu, e o segundo maior filme de Alain Resnais, sendo o primeiro (sempre), para o repórter, Hiroshima, Meu Amor. Esse segundo é Providence, que, como a obra-prima de Ozu, passa em versão restaurada.

E ainda sobre Ozu, a Mostra traz o remake de Era Uma Vez em Tóquio, que virou Uma Família em Tóquio, de Yoji Yamada. Preparado(a)? A maratona de cinema (re)começa.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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