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Pela primeira vez, dupla de mulheres vence "Nobel de Arquitetura"

As vencedoras do prêmio Pritzker trabalham juntas em sua empresa Grafton Architects desde a década de 1970

Irlandesas Yvonne Farrell e Shelley McNamara vencem "Nobel da arquitetura" (Awakening/Getty Images)
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AFP

Publicado em 3 de março de 2020 às 16h33.

Última atualização em 3 de março de 2020 às 16h55.

Duas mulheres pioneiras em uma profissão dominada por homens, as irlandesas Yvonne Farrell e Shelley McNamara foram recompensadas nesta terça-feira com o prestigiado prêmio Pritzker, equivalente a um Nobel da arquitetura.

Educadoras e arquitetas de Dublin que trabalham juntas em sua empresa Grafton Architects desde a década de 1970, Farrell e McNamara "criam espaços que são respeitosos e novos, honrando a história ao mesmo tempo que demonstram um domínio do ambiente urbano e do ofício da construção", disse a Fundação Hyatt, que patrocina o prêmio.

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É a primeira vez que o Pritzker é dado a uma dupla feminina.

"Pioneiras em um campo ainda dominado por homens, são faróis para outras mulheres, forjando uma trajetória profissional exemplar", disse o júri.

"A arquitetura pode ser descrita como uma das atividades culturais mais complexas e importantes do planeta", disse Farrell após receber a notícia, citada no comunicado.

"Ser arquiteta é um grande privilégio. Ganhar esse prêmio é um apoio maravilhoso à nossa convicção na arquitetura", acrescentou.

A dupla que projetou diversas instituições cívicas, culturais e acadêmicas, como o campus universitário da Universidade de Engenharia e Tecnologia (UTEC) de Lima, em 2015, além de complexos habitacionais, dialoga constantemente com elementos naturais, equilibrando força e delicadeza.

Universidade Bocconi, na Itália.

"Suas obras são impactantes, modernas e nunca se repetem ou imitam; têm sua própria voz", disse a Fundação Hyatt.

Uma de suas grandes obras é o edifício sustentável da UTEC, no bairro de Barranco, construído verticalmente em um barranco. Atrai o ar fresco do Oceano Pacífico, gerando correntes naturais que reduzem a necessidade de ar condicionado. Também aproveita os ciclos de luz e sombra para economizar eletricidade.

"Sua abordagem é sempre honesta e revela um processo de compreensão dos processos de design e construção de estruturas de grande escala nos mínimos detalhes", afirmou o júri.

 

 

"Dentro do espírito de uma profissão como a nossa, muitas vezes lutamos para encontrar um espaço para implementar valores como o humanismo, o artesanal, a generosidade e a conexão cultural com cada lugar e contexto em que trabalhamos", reagiu McNamara.

"É por isso que é extremamente gratificante que essa distinção seja concedida a nós, à nossa empresa e ao corpo de trabalho que conseguimos produzir ao longo de muitos anos", acrescentou.

As outras mulheres premiadas com a Pritzker foram a britânica-iraquiana Zaha Hadid, a única a ganhar o prêmio sozinha em 2004, a espanhola Carme Pigem em 2017 (juntamente com dois arquitetos do estúdio catalão RCR Arquitectes) e a japonesa Kazuyo Sejima em 2010 (com seu colega Ryue Nishizawa).

Universidade Bocconi, na Itália.

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