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Ford usa 'arma secreta' brasileira para desenvolver um terço das tecnologias de seus carros

A montadora mantém no Brasil um Centro de Desenvolvimento e Tecnologia, com sede em Camaçari, na Bahia, uma unidade em Salvador e um Centro de Testes em Tatuí (SP)

Centro de Testes da Ford em Tatuí. (Divulgação/Divulgação)
Gilson Garrett Jr.

Repórter de Lifestyle

Publicado em 10 de setembro de 2024 às 16h26.

Última atualização em 10 de setembro de 2024 às 16h40.

A Ford está passando por um processo global de transformação para se tornar uma empresa mais voltada para a tecnologia do que para a produção automotiva. Bilhões de dólares são investidos anualmente para criar soluções cada vez mais presentes no nosso dia a dia. Outras até passam despercebidas diante de tanta tecnologia embarcada nos carros da montadora.

A corrida para liderar essa revolução tem diversos concorrentes, de chineses a europeus, passando por outras montadoras dos Estados Unidos. O grupo é diverso, com avanços cada vez mais acelerados. Mas a Ford conta com uma arma secreta que desenvolveu nada menos que um terço de toda a tecnologia embarcada atualmente nos carros da montadora e promete inovar ainda mais nos próximos anos.

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Apesar de não ter uma planta fabril no Brasil, a montadora do oval azul mantém um Centro de Desenvolvimento e Tecnologia em Camaçari, na Bahia. Além da sede e do hub de inovação em Salvador, essa estrutura inclui o Centro de Testes em Tatuí, próximo a São Paulo, que é um dos maiores e mais bem preparados da América Latina para o desenvolvimento de veículos.

O complexo é um dos nove centros de desenvolvimento da empresa no mundo e conta com mais de 1,5 mil especialistas que trabalham em projetos globais, como tecnologias semiautônomas, carros elétricos e conectados, exportando serviços de engenharia para mercados como Estados Unidos, Europa e China. Cerca de 85% de todo o trabalho desenvolvido por esses profissionais é voltado para projetos globais.

Tecnologias brasileiras

Várias tecnologias desenvolvidas pelo time de engenheiros brasileiros podem ser experimentadas nos modelos disponíveis no mercado hoje, como o One Pedal Drive do Mustang Mach-E, que permite dirigir usando apenas o acelerador, sem acionar o pedal do freio.

O Mustang GT Performance também traz duas inovações desenvolvidas pelo time Brasil. Uma delas é o Remote REV, que permite acelerar o carro remotamente por meio da chave. Outra é o Track Apps, que além de acionar o Drift Brake e o Line Lock (travamento das rodas dianteiras para a manobra conhecida como “borrachão”), faz a medição dos tempos de volta, aceleração, frenagem e força G lateral e longitudinal. Também exibe informações como temperatura do motor, do diferencial e temperatura e pressão do óleo.

Simulador da Ford em Tatuí, no interior de São Paulo. (Divulgação/Divulgação)

Simulador brasileiro

Há pouco mais de um ano, o Centro de Testes de Tatuí entrou para um seleto grupo de países em que a Ford está presente que contam com um avançado simulador estático de engenharia. Ele permite testar virtualmente vários componentes dos veículos, como suspensão, freios, direção e pneus.

"Ele nos ajuda a economizar tempo e dinheiro, porque quando vamos para os testes reais, já sabemos o que temos que fazer", explica o engenheiro Jean Horcario.

O simulador tem uma tela de 4,5 metros e visão de 210 graus. Os outros estão instalados nos Estados Unidos e na Bélgica. "Temos mapeadas pistas de testes em outras unidades da Ford e, em breve, teremos aqui a de Tatuí. Fazemos a validação de vários projetos globais", diz Marinna Silva, gerente da unidade.

Marinna ainda revela que há diversos projetos de novos carros e que veremos tecnologias disruptivas vindas do Brasil em breve. O que é exatamente, ela guarda a sete chaves. O que é certo é que essa arma secreta com sotaque brasileiro se mostra fundamental na estratégia global da Ford.

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