Escritor e jornalista Tom Wolfe morre aos 87 anos
Expoente do new journalism ao lado de Gay Talese e Norman Mailer, Wolfe estava internado em um hospital em Manhattan
EFE
Publicado em 15 de maio de 2018 às 13h34.
Última atualização em 15 de maio de 2018 às 14h16.
Nova York - O escritor americano Tom Wolfe, considerado o pai do 'New Journalism', morreu ontem em Nova York aos 87 anos, informou nesta terça-feira aos veículos de imprensa locais sua agente, Lynn Nesbit.
Nesbit disse aos jornais "The Wall Street Journal" e "The New York Times" que o autor de "A Fogueira das Vaidades" estava com pneumonia e foi internado em um hospital de Manhattan por causa de uma infecção.
Nascido em Richmond (Virgínia), Wolfe residia em Nova York desde 1962, quando começou a trabalhar para o "The New York Herald Tribune", ao mesmo tempo em que iniciou sua carreira no jornalismo literário e no romance jornalístico.
Incentivado pelo diretor do "The New York Herald Tribune", Clay Felker, que queria que seus repórteres fossem "além do jornalismo objetivo", Wolfe começou a criar um estilo híbrido que rompia com as formas de narrar os fatos utilizando técnicas da ficção, sendo acompanhado por nomes como Truman Capote e Gay Talese.
Esse "New Journalism" se consolidou nos Estados Unidos a partir de 1973, com relatos cena a cena, diálogos completos e descrições sobre comportamentos, formas de falar e vestir que davam ao jornalismo detalhes não antes trazidos pelos repórteres.
Entre os livros mais famosos de Wolfe está "The Painted Word", no qual ironiza o atual mundo da arte, e "A Man in Full", utilizando uma dose de sátira para falar sobre a sociedade americana.
A principal obra, porém, foi "Fogueira de Vaidades", best-seller na qual o escritor expõe a sede de dinheiro e poder de Nova York na década de 1980.
"Não é só um ícone americano, tinha uma enorme reputação internacional", disse Nesbit ao "Journal", classificando o escritor como uma das pessoas mais modestas e nobres que conheceu.